Bolsonaro nega participação em suposta fraude nos cartões de vacinação

O advogado e ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro Fábio Wajngarten afirmou, na tarde desta terça-feira, 16, que o ex-presidente Jair Bolsonaro desconhecia “toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação, bem como de sua filha”. O ex-chefe do Executivo federal também foi questionado sobre os atos violentos do 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Segundo Wajngarten, o ex-chefe do Executivo federal disse que não orientou nem participou de qualquer “ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito”. O ex-mandatário foi ouvido por quase horas pela Polícia Federal, em Brasília, no âmbito dos inquérito que investigam um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação. Segundo a investigação da PF, os beneficiários do suposto esquema teriam sido o ex-presidente, sua filha Laura, menor de idade, além de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e familiares do auxiliar presidencial.

“O depoimento do presidente Jair Bolsonaro transcorreu de forma côrtes e republicana, com duração aproximada de três horas. O presidente respondeu a todas as perguntas. O presidente reiterou que jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha. O presidente respondeu que não orientou, que não participou de qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito. O presidente ressaltou que comprou mais de 500 milhões de doses de vacinas, que respeitou a liberdade de cada brasileiro de tomar ou não a vacina e a autonomia do médico. O presidente continua à disposição da justiça, como sempre esteve”, diz a publicação feita por Wajngarten em seu perfil no Twitter. 

Como a Jovem Pan mostrou, a Polícia Federal cumpriu, no dia 3 de maio, a Operação Venire, que resultou na prisão de seis pessoas: além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, os agentes prenderam preventivamente Max Guilherme e Sérgio Rocha Cordeiro, assessores especiais da Presidência da República na gestão Bolsonaro; Luiz Marcos dos Reis, supervisor na ajudância de ordens; Ailton Gonçalves Barros, que se identificava como “01 de Bolsonaro” e colega de Mauro Cid na Academia Militar dos Agulhas Negras; e João Carlos de Souza Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias, onde as fraudes teriam ocorrido.