Brasil ‘não entrará em nenhuma guerra comercial’ por tarifas dos EUA ao aço, diz Padilha

O Governo Federal afirmou, nesta terça-feira (11), que “não entrará em nenhuma guerra comercial” em retaliação às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de aço. “O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial”, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a repórteres após um evento em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos. “O presidente Lula tem dito sempre e com muita clareza: ‘guerra comercial não faz bem para ninguém’”, enfatizou Padilha. Na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, determinou a adoção de tarifas alfandegárias de 25% às importações de aço e alumínio, que vão entrar em vigor em 12 de março, “sem exceções, nem isenções”.

Estas tarifas vão afetar duramente o Brasil, segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. Sessenta e dois por centro das exportações brasileiras de aço entre janeiro e setembro de 2024 tiveram como destino os Estados Unidos, segundo dados do Instituto Aço Brasil, que reúne as empresas produtoras.

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As declarações de Padilha divergem das dadas pelo próprio Lula, que no fim de janeiro prometeu “reciprocidade” diante de eventuais tarifas cobradas pelo governo Trump aos produtos brasileiros. “É muito simples: se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados dos Estados Unidos”, disse Lula na ocasião.

Padilha baixou o tom nesta terça-feira. “Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça cada vez mais o livre comércio”, disse. Mais cedo, o Canadá antecipou que dará uma resposta “firme e clara” às tarifas impostas por Trump. Enquanto isso, o México, terceiro maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, pediu para Trump não “destruir” a integração comercial da América do Norte com esta medida.

A União Europeia, por sua vez, anunciou que adotará medidas “firmes e proporcionais”. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação para os produtores europeus, respondendo por 16% de suas exportações totais em 2024.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira