‘Bruno Covas não aceitaria excesso de bolsonarismo de Nunes’, diz Orlando Faria
O ex-presidente do diretório municipal do PSDB de São Paulo, Orlando Faria, dará o pontapé inicial publicamente no trabalho como coordenador político de Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura de São Paulo na quinta-feira, 25. Ele vai participar do lançamento da pré campanha da deputada federal na cidade. Em conversa com a Jovem Pan News, Faria relatou que o convite para atuar na campanha de Tabata. “Com a notícia da minha saída [do diretório municipal], Tabata foi rápida no processo. Me ligou no final do dia na segunda-feira e me fez o convite para atuar como coordenador politico – uma função que também desempenhei com Bruno [Covas]”, conta. O tucano explica que resolveu deixar a função no partido por motivos pessoais e políticos. Para ele, o entrave que atinge o PSDB de São Paulo – com lideranças nacionais, como Marconi Perillo, Eduardo Leite e Aécio Neves defendendo uma candidatura própria enquanto uma ala defende o apoio à Ricardo Nunes e, outra, à Tabata – é uma “confusão” que “não parece ter solução a curto prazo”.
Por isso, ele resolveu sair da função, mas não tem intenção de deixar o partido. Pelo menos por enquanto. A ideia de Orlando Faria é criar, dentro do PSDB de São Paulo, uma “Frente de apoio à Tabata”. “É provável que; nas próximas semanas, vejamos bons quadros, de ex-secretários e líderes do PSDB vindo [para o apoio à Tabata]. Eu vou atrás deles e eles também vão vir. Já recebi diversas ligações de gente que quer vir com Tabata”, garante. Mas continua: “Se o PSDB lançar um candidato próprio, vou respeitar. Se me pedirem pra sair do partido, saio sem problemas e vou trabalhar com a Tabata. Mas se não lançarem, fico nessa frente”.
‘Tabata é mais digna e Nunes tem excesso de bolsonarismo’
Orlando Faria acredita que a campanha de Tabata pode chamar um número maior de tucanos por ser “mais digna e com mais aderência ao que o PSDB acredita”. Crítico a gestão do atual prefeito da capital paulista e pré-candidato à reeleição, ele diz que Ricardo Nunes (MDB) se aproximou demais do bolsonarismo. “É algo que o Bruno [Covas] não aceitaria, na minha opinião. Acho que ele não toparia o excesso de bolsonarismo de Ricardo Nunes. Acho que Nunes transformou todo governo do Bruno, você tem aí mudanças em pelo menos 80% do primeiro escalao do Bruno. Realmente sou critico a gestão Nunes, ele deformou e deturpou o governo Bruno Covas”, afirma Orlando. Ricardo Nunes assumiu a Prefeitura de São Paulo em maio de 2021, após o falecimento de Covas. Agora, uma ala grande do PSDB – principalmente formada por vereadores – defende o apoio à reeleição dele.