Campus de data center para IA no Rio ocupa área equivalente ao Leblon

A Elea deu hoje mais detalhes do megacampus de data center que planeja implantar no Rio de Janeiro. A “cidade”  de data center terá área equivalente ao bairro do Leblon e capacidade final de 3,2 GW. O projeto, apresentado em painel sobre infraestrutura digital e financiamento durante evento em São Paulo nesta quinta, 3, conta com apoio da prefeitura carioca, articulação com o BNDES e Petrobras, e financiamento do banco Goldman Sachs, que é sócio da Elea desde 2020. Pelo projeto, a área terá capacidade de 3,2 GW, resultado de até US$ 65 bilhões em investimentos até 2032.

Rio AI City Elea
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Segundo Alessandro Lombardi, fundador da empresa, trata-se de um investimento privado de longo prazo com escalabilidade planejada. A implantação será feita por etapas, com lotes iniciais de 250 a 300 MW, em diálogo com clientes âncora. “É preciso mostrar capacidade de crescer com segurança e escala”, afirmou.

A localização escolhida, na zona oeste da capital, possui infraestrutura elétrica robusta, com subestação a 3 km e redundância na rede local — herança das obras para os Jogos Olímpicos de 2016. Também está próxima de cabos submarinos internacionais, o que reduz latência e amplia conectividade. A energia será suprida por fontes renováveis, com apoio da Eletrobras, que possui 14 GW de capacidade ociosa e forte presença em linhas de transmissão.

Incentivos fiscais e integração com o ecossistema acadêmico

O projeto está inserido em uma estratégia da prefeitura de consolidar o Rio como hub digital e tecnológico. De acordo com o representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Manoel Costa, o município oferece dois programas de incentivo para empresas do setor: o ISS Tech e o ISS Neutro.

O ISS Tech reduz a alíquota do imposto sobre serviços de 5% para 2% em setores ligados à tecnologia. Já o ISS Neutro permite que empresas que comprem créditos de carbono para compensar suas emissões tenham o valor do imposto reembolsado. “Temos R$ 60 milhões por ano reservados para esse programa”, disse Costa. Segundo ele, a cidade já realizou dois chamamentos públicos com empresas como Vibra e Grupo Soma.

Costa também destacou a conexão do projeto com o polo acadêmico local. Um dos exemplos é o Impa Tech, no Parque Maravalley, que forma 100 alunos por ano em cursos ligados à matemática e ciência de dados. “Estamos conectando governo, setor privado e educação para transformar a cidade”, afirmou.

Meta é atrair centros de pesquisa de IA das big techs

Lombardi afirmou que o objetivo do projeto de data center no Rio é atrair grandes empresas de tecnologia interessadas em instalar centros de desenvolvimento de IA no Brasil. Ele destacou que o campus será o segundo maior hub de nuvem do país e poderá sediar atividades de inferência e treinamento de modelos.

Do ponto de vista regulatório, o empreendimento aguarda licenciamento e não conta com fast track. “Não temos isenções fiscais nem leis específicas para o projeto. Mas temos uma administração municipal que entende a importância da inovação”, disse. A Elea é sediada no Rio de Janeiro e, segundo Lombardi, o engajamento com a comunidade local é parte central da estratégia da empresa.

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