Cardeais que vão participar do conclave já estão em Roma para escolher o novo papa

Os 133 cardeais eleitores do próximo conclave já estão em Roma para escolher o sucessor do papa Francisco e definir o futuro da Igreja Católica, com 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo. Os chamados “príncipes da Igreja” ficarão isolados a partir da quarta-feira (7) na Capela Sistina até a eleição do novo pontífice, em uma votação de resultado incerto e sem favoritos. Com representantes de 70 países, será o conclave mais internacional da história. Francisco criou a maioria dos cardinalatos que agora votam em seu sucessor e muitos vêm da “periferia” do mundo, longe da Europa e historicamente marginalizada pela Igreja em Roma. Para que um novo papa seja eleito, é preciso que um candidato alcance a maioria de dois terços.
Dezenas de milhares de pessoas na praça de São Pedro ficarão com os olhos colados na pequena chaminé instalada no telhado do majestoso templo à espera de notícias, assim como outros milhões de fiéis em todo o mundo, que acompanharão as transmissões pela TV. A fumaça preta anunciará um conclave sem consenso e que outra votação acontecerá até que surja a fumaça branca, indicando que há um eleito, ao que se seguirá o anúncio “Habemus papam”. O Vaticano finaliza os detalhes da eleição, que remonta à Idade Média. Nesta segunda, funcionários instalaram as cortinas de veludo vermelho no balcão central da basílica de São Pedro, que serão abertas para a primeira aparição do novo papa. Todos os funcionários auxiliares da cerimônia prestaram um juramento de sigilo nesta segunda-feira, de padres e freiras a médicos, enfermeiros, membros da segurança, motoristas e auxiliares de limpeza.
Como será o Conclave?

Cardeais asseguram que este documento será assinado no início do conclave em que será eleito o sucessor de Francisco │ Estado do Vaticano/Mario Tomassetti
O Vaticano anunciou nesta segunda-feira que também cortaria o sinal do telefone na pequena cidade-Estado enquanto durar o conclave, embora isso não afete a Praça de São Pedro. Os cardeais eleitores não terão contato com o mundo exterior até a escolha do novo papa: além do telefone, também não terão acesso à internet, televisão ou veículos de imprensa. Quatro votações diárias serão realizadas, exceto no primeiro dia, em que apenas uma votação acontece. As cédulas, atas e notas são queimadas para anunciar o resultado. Em 2005, Bento XVI foi eleito em quatro votações; em 2013, Francisco foi eleito em cinco. Em ambos os casos, o conclave teve duração de dois dias. Mas alguns cardeais afirmaram à imprensa que acreditam que desta vez a votação se estenderá por no máximo três dias.
Progressista, conservador, dogmático… Como será o próximo papa? Há um consenso de que não será um revolucionário como o argentino Jorge Bergoglio, que propôs um pontificado de reformas, concentrado nos pobres e nas periferias do mundo, e que enfrentou resistências dentro da Igreja.
*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula