Carrefour anuncia câmeras corporais em seguranças após casos de racismo

O Carrefour anunciou nesta semana que vai passar a exigir o uso de câmeras corporais, também chamadas de bodycams, por agentes de segurança que trabalham nas lojas da rede de supermercado. A medida acontece menos de duas semanas depois de um casal negro ter sido agredido na área externa de uma loja do grupo, a Big Bompreço, em Salvador, na Bahia, acusado de pegar leite em pó do supermercado sem pagar.

Nas redes sociais, um vídeo mostra o casal apanhando com tapas no rosto. Na ocasião, o Carrefour repudiou os ataques e anunciou a rescisão do contrato com a equipe de segurança do supermercado logo em seguida.

Outros casos de racismo envolvendo a empresa também aconteceram recentemente. Em 2020, João Alberto, homem negro de 40 anos, morreu após ser espancado por dois seguranças no estacionamento do Carrefour, em Porto Alegre.

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Em comunicado enviado à imprensa, o Carrefour afirma que desde 2021 já obriga o uso de bodycams em funcionários que atuam no interior dos estabelecimentos da rede. Agora, a nova regra passará a se estender para todos os fiscais internos das lojas de outras três empresas do grupo (Sam’s Club, Big e Big Bompreço) e também para os seguranças terceirizados que atuam nas áreas externas das lojas.

A medida deve ser implementada até o fim do ano e tem como objetivo, segundo o Carrefour, de prevenir casos de violência, discriminação e intolerância racial.

O Grupo também anunciou uma ampla reestruturação na diretoria da empresa em diferentes áreas, com a ocupação de cargos de liderança por pessoas que possam dar maior representatividade aos profissionais negros.

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A diretoria responsável pela gestão da segurança do segmento do varejo será liderada pela primeira vez por uma mulher negra. Há mais de 28 anos no Grupo Carrefour Brasil, Valdilea Oliveira foi recentemente promovida para exercer a função.

A empresa também anunciou a criação de diretorias de Comunicação e de Relações Institucionais e Equidade Racial, que serão capitaneadas por executivos negros.

* com informações do UOL e do iG