Caso INSS: Com 89 deputados no PL, apenas 4 registram presença em comissão para ouvir ministro da Previdência

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, esteve na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10) para responder aos questionamentos dos deputados sobre o escândalo do INSS, pauta adotada pela oposição para instaurar uma CPI. Mas, pelo retrato do plenário nesta terça-feira, o tema não é tão prioritário quanto a oposição tem pregado. Quem passou pela sala que reuniu as comissões de Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, e de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados pode sentir a ausência dos parlamentares. Pelo Partido Liberal, apenas 4 parlamentares registraram presença entre membros, titulares e suplentes. O União Brasil registrou presença maciça no colegiado com 7 parlamentares. Os dados são do painel de presença da Câmara dos Deputados.

Auxiliares da oposição ouvidos por esta coluna reconhecem que houve um erro de estratégia e de comunicação para pressionar o chefe da pasta e ex-número 2 de Carlos Lupi (PDT), demitido após o esquema ser revelado. Assessores de líderes da oposição também justificam que os parlamentares estavam acompanhando o depoimento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo horário da audiência, motivo que levou a oposição a se mobilizar para se solidarizar com o ex-presidente e gerar engajamento nas redes sociais com falas do ex-mandatário.

Deputados ouvidos nesta quarta-feira (11) acreditam que agora dificilmente o ministro retornará tão rápido ao colegiado. Com uma ampla maioria de governistas presentes, Wolney Queiroz se sentiu em casa para dar explicações sobre a pasta. O ministro explicou que o número final da fraude milionária ainda é uma estimativa, pois depende da contestação do beneficiário. De acordo com Wolney, mais de 3 milhões de aposentados e pensionistas não autorizaram os descontos.

Três associações são líderes em reclamações, com quase 700 mil: Ambec, Conafer e Amar Brasil. A Ambec registrou mais de 255 mil contestações; a Conafer, 240 mil; e a Amar Brasil, 191 mil. Segundo o ministro, essas entidades foram cadastradas em 2021 e 2022, durante o governo Jair Bolsonaro. Ele afirmou que o governo atual agiu a tempo para barrar as fraudes.

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O ministro afirmou que a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode atrapalhar o ressarcimento e as investigações. Wolney disse ainda que mais de 685 mil pessoas já procuraram as agências dos Correios para saber se tinham sido descontadas ou não.