CEO da Broadcom mira oportunidades em IA após enfrentar críticas na aquisição da VMware

Fachada da sede da Broadcom, com um grande letreiro em primeiro plano exibindo o logotipo da empresa: um símbolo vermelho com uma linha branca ondulada e o nome "Broadcom" em letras pretas. Ao fundo, há um prédio moderno de vidro e metal, com linhas horizontais e janelas espelhadas, além de um céu azul e vegetação na área externa. A composição transmite modernidade e inovação tecnológica (vmware)

Hock Tan, CEO da Broadcom, está posicionando a aquisição de US$ 69 bilhões da VMware como uma alternativa “soberana” aos serviços de nuvem das Big Techs, especialmente no mercado europeu. Desde a conclusão do negócio em 2023, a Broadcom reduziu drasticamente o portfólio de produtos da VMware, de milhares para cinco opções, em um esforço para simplificar a oferta e atender às demandas dos clientes.

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“Nosso compromisso era tornar a VMware mais fácil de usar e simplificar a disponibilidade do produto”, explicou Tan ao Financial Times. Apesar das críticas iniciais à nova abordagem, ele defendeu que os ajustes foram necessários para otimizar a experiência dos clientes.

IA e o controle sobre dados

A rápida adoção de ferramentas de inteligência artificial (IA), impulsionada pelo sucesso do ChatGPT, está mudando a forma como as empresas gerenciam seus data centers. Tan argumenta que a VMware oferece uma solução essencial para empresas que desejam manter o controle sobre seus dados, em vez de transferi-los para grandes provedores de nuvem. “O elemento chave na IA é usar e treinar seus dados, mantendo-os em sua infraestrutura”, disse ele.

Na Europa, onde as regulamentações de proteção de dados são mais rigorosas, o conceito de data centers “soberanos” está ganhando força, e Tan posiciona a VMware como uma alternativa aos serviços de nuvem pública.

Controvérsias e ajustes no modelo de negócios

A Broadcom enfrentou forte oposição de alguns clientes e grupos comerciais devido à transição de licenças únicas para assinaturas anuais, que, segundo os críticos, aumentaram os custos de forma significativa. Em setembro de 2024, a AT&T entrou com um processo judicial contra a Broadcom, acusando-a de impor tarifas exorbitantes, mas as partes chegaram a um acordo dois meses depois.

Apesar das críticas, Tan minimizou o impacto: “As pessoas que reclamam são minoria — quem sabe qual é a agenda delas?”. Ele acrescentou que a maioria dos clientes acabou reconhecendo o valor das mudanças após a fase inicial de insatisfação.

O futuro: IA e mais aquisições

Além do foco na VMware, a Broadcom continua investindo em semicondutores, incluindo chips personalizados de IA para empresas como Google e Meta. Essa área impulsionou o valor de mercado da empresa para mais de US$ 1 trilhão.

Tan também não descarta futuras aquisições, tanto no setor de software quanto no de semicondutores, apesar de ter enfrentado bloqueios em tentativas anteriores, como na oferta de US$ 142 bilhões pela Qualcomm em 2017.

“Vivemos em um mercado global”, afirmou Tan, ressaltando que as oportunidades de crescimento da Broadcom vão além das fronteiras dos EUA.

*Com informações de Financial Times

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