CEO da Nvidia minimiza temores dos EUA sobre uso de chips pela China em fins militares

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a China não precisa dos chips da empresa nem de tecnologias americanas para desenvolver seu setor militar. A declaração foi feita durante entrevista à CNN, dias antes de sua segunda viagem ao país asiático em 2025. Huang tenta equilibrar sua atuação entre os interesses dos Estados Unidos e da China, em meio a crescentes restrições impostas por Washington sobre a venda de semicondutores para o mercado chinês.
“Eles não precisam dos chips da Nvidia, nem de pilhas tecnológicas dos EUA para construir seu aparato militar”, disse Huang à CNN, acrescentando que a China já conta com capacidade computacional suficiente. As declarações ocorrem no contexto de uma política norte-americana que proíbe empresas de semicondutores de vender seus chips de inteligência artificial mais avançados a clientes chineses.
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Huang também reiterou críticas anteriores às medidas de controle de exportações, dizendo que elas podem prejudicar a liderança dos EUA no setor de tecnologia. Segundo ele, metade dos desenvolvedores de IA do mundo está na China, e “para que a tecnologia americana seja o padrão global, ela precisa estar disponível para todos os mercados, inclusive o chinês”.
Bilhões em perdas para a Nvidia
As restrições mais recentes, aplicadas em abril, devem gerar bilhões em perdas para a Nvidia. Em maio, Huang já havia relatado que a participação da empresa no mercado chinês foi reduzida pela metade por conta dessas políticas. Mesmo com os alertas de autoridades norte-americanas para evitar contato com empresas ligadas ao Exército chinês, Huang deve manter encontros estratégicos na China e prepara o lançamento de um novo chip adaptado às exigências de exportação.
Em entrevista à CNN, o CEO também comentou sobre a startup chinesa DeepSeek, que teria usado chips da Nvidia para treinar modelos de linguagem e foi mencionada por autoridades dos EUA por supostamente colaborar com operações militares e de inteligência na China. Huang reconheceu as preocupações, mas afirmou não haver provas de que o modelo R1, de código aberto, represente riscos. Ele ainda elogiou a tecnologia, classificando-a como “revolucionária”.
O equilíbrio entre competição e interdependência entre China e EUA foi ressaltado por Huang como essencial: “Somos competidores, mas altamente interdependentes”, concluiu.
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