Cerca de 44 mil crianças ficam órfãs de ao menos um dos pais anualmente no Brasil, aponta levantamento
Um levantamento inédito realizado pelos cartórios de Registro Civil do Brasil apontou que milhares de crianças e adolescentes ficam órfãos anualmente no país. Desde 2021, 43,9 mil menores de até 17 anos perdem um dos pais a cada ano. Este estudo, iniciado após uma mudança na legislação em 2019 que tornou obrigatória a inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, destaca que a pandemia da Covid-19 foi responsável por pelo menos 25% dos casos de orfandade, podendo ter deixado até 23 mil órfãos até 2024.
Em 2021, mais de 41 mil crianças e adolescentes perderam pelo menos um dos genitores. Em 2022, o número foi de 39 mil, subindo para 47 mil em 2023, e até outubro de 2024, já são mais de 47.400. Quanto à perda de ambos os pais, foram registrados 790 casos em 2021, 771 em 2022, 859 em 2023 e 761 até outubro de 2024. São Paulo lidera o ranking de estados com maior número de órfãos, seguido por Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais, devido à maior densidade populacional.
O presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, Gustavo Renato Fiscarelli, destaca a importância da pesquisa para auxiliar o governo na criação de políticas públicas. Ele ressalta a necessidade de identificar se essas crianças estão abrigadas ou desamparadas e de oferecer apoio psicológico e material para seu desenvolvimento. Além da Covid-19, outras causas de morte dos pais incluem sepse, pneumonia, AVC, infarto e insuficiência respiratória. A associação aponta a necessidade de uma segmentação mais detalhada das causas de morte, como acidentes e homicídios.
Publicado por Luisa Cardoso