ChatGPT expõe polêmica sobre IA, mas aponta para um futuro inadiável

O ChatGPT é um sistema de conversação baseado em Inteligência Artificial que vem ganhando cada vez mais destaque no país e ao redor do mundo, impressionando usuários e se fazendo presente no ambiente corporativo. Sem dúvidas, diante o surgimento da ferramenta, não há como negar o avanço da digitalização em solo nacional, como comprova o estudo conduzido pela Hibou: cerca de 87% dos brasileiros já ouviram falar sobre tecnologias de IA.

A plataforma tem gerado questionamentos de especialistas quanto à eficácia e seu impacto sobre algumas profissões. O robô integra uma gama de tecnologias desenvolvidas pela empresa OpenAI, responsável pela criação de inteligências artificiais com a capacidade de conversar e escrever textos através de um enorme banco de dados. É necessário, vale mencionar, estar atento ao conteúdo que surge como resposta, visto que, os dados utilizados como base da ferramenta são de até 2021. Por isso, algumas informações podem estar erradas ou desatualizadas.

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O site e o seu serviço, gradativamente, vêm sendo do interesse de quem faz buscas de temas online. Com adesão maior, o chat se tornou uma alternativa ao já estabelecido Google e, além dos usuários, atende demandas em setores corporativos. De certo, entendo ser relevante reconhecer os benefícios ligados à solução, mas principalmente, aproveitar a oportunidade para destrinchar o papel da IA para empresas brasileiras.

Os benefícios existem e ajudam profissionais

O ChatGPT, dentre tantas funcionalidades, pode ser programado para fornecer suporte automatizado aos clientes, ajudando a responder perguntas frequentes, solucionando problemas simples e encaminhando questões mais complexas para um agente humano. Essa função ajuda a reduzir drasticamente o tempo de espera do cliente e melhora a experiência do usuário. Como resultado, o site exerce uma função simplificadora, em prol de profissionais liberados para centralizar seus esforços em atividades mais estratégicas.

Como toda solução desenvolvida por vias digitais, é importante ressaltar que essa tecnologia não deve, em nenhuma hipótese, substituir inteiramente a participação humana. É necessário encontrar um equilíbrio adequado entre o uso da automação e a interação pessoal, o que vai de encontro à polêmica que tem norteado o assunto nos últimos meses.

É preciso ter maturidade cultural para abraçar inovação

Do meu ponto de vista, opto por considerar que o ChatGPT tem seus méritos e ilustra, com fidelidade, um cenário de significância mundial. Ele não resolve todos os problemas enfrentados por profissionais e lideranças – nem tampouco é um fator prejudicial ou que deve ocupar um espaço de demonização. Como todo e qualquer projeto direcionado para a transformação digital, o segredo está no equilíbrio.

Novas tecnologias chegam ao mercado em um ritmo acelerado, e a tendência é que esse quadro se mantenha assim para os próximos anos. Tentar deslegitimar a presença tecnológica é ignorar uma onda de contribuições decisivas para a evolução de empresas dos mais diversos portes e segmentos. O cuidado é bem-vindo e justifica uma atenção especial, por parte de líderes, na adaptação como palavra-chave para iniciativas de inovação que maximizem o protagonismo do capital humano, e não o comprometa.

Por fim, acredito que, para empresas que desejam explorar o potencial por trás da Inteligência Artificial, o melhor caminho, talvez, seja construir um ambiente suficientemente maduro para unir a expertise de profissionais com a assertividade da máquina, resultando no melhor de dois mundos os quais, definitivamente, não são antagonistas.

*Fernando Brolo é sócio conselheiro e diretor comercial da América Latina na Logithink IT