Chuvas deixam rastro de destruição no agro gaúcho

Mais de 100 municípios já foram afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul nesta semana. As diferentes regiões possuem produção agrícola e pecuária, e nelas ficou o rastro da destruição deixado pelos temporais. Nas imagens de redes sociais, é possível observar uma máquina agrícola boiando na enchente. Em outro vídeo, a lavoura de soja está encharcada, debaixo de muita água. O governo gaúcho afirmou que locais com barragens estão em alerta, pelo risco iminente do rompimento. A infraestrutura de pontes e estradas também foi bastante abalada e a logística do agro também está impactada, principalmente para o transporte de leite e hortifrutigranjeiros. De acordo com a Emater, as perdas na agricultura estarão em avaliação até o dia 10 de maio, pois não há como precisar prejuízos sem as chuvas cessarem. Em cidades como Santa Maria, no centro do Estado, choveu quase 500 milímetros em cinco dias. Isso é quase cinco vezes mais do que o previsto para chover em todo o mês de maio.

O excesso de chuva é um efeito do fenômeno El Niño. Segundo a meteorologista Desirée Brandt, a atmosfera ainda está respondendo ao aquecimento do El Niño, e isso favorece a formação de instabilidades e frentes frias no Rio Grande do Sul. “As frentes frias estão presas no Estado, e isso deve provocar mais chuvas”, disse-me ela. O agro gaúcho está em fase de colheita da soja, com 66% dos trabalhos de campo concluídos até a última semana. Agora, é preciso que o tempo fique seco para avaliar o que sobrou das lavouras e tentar avançar com alguma nova colheita. A Safras&Mercado já afirmou que cortará a estimativa de produção gaúcha de soja em função das perdas geradas pelas enchentes. Para renegociações de crédito rural e acionamento de seguros agrícolas, é fundamental que os produtores rurais quantifiquem as perdas através de laudos agronômicos, me alertou a Farsul. O Rio Grande do Sul mais uma vez registra perdas em função dos desafios climáticos.