Contaminação de transplantes por HIV vira alvo de operação da polícia

Com a denominada “Operação Verum”, conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon), a Polícia Civil do Rio de Janeiro está nas ruas com o objetivo de identificar os responsáveis pela emissão de laudos falsos que resultaram no transplante de órgãos infectados com HIV para seis pacientes. Agentes do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), cumprem 11 mandados de busca e 4 de prisão. O laboratório de análises clínicas PCS LAB Dr. Saleme, com sede em Nova Iguaçu (RJ), é um dos alvos das investigações. A suspeita é de que o grupo tenha falsificado laudos em outros casos. O sócio do laboratório, Walter Vieira, foi preso na ação. Além de Nova Iguaçu, 40 agentes também estão realizando os trabalhos na capital carioca.

“O crime é inaceitável e atenta contra a vida e a dignidade humana. Não descansaremos até que todos os envolvidos nesse esquema criminoso sejam identificados e punidos de acordo com a lei. A vida de inocentes foi colocada em risco, e o Estado não permitirá que esse tipo de crime fique impune”, declarou o governador Cláudio Castro.

Ainda de acordo com o governado do Rio, foi determinada a instauração de inquérito, para que os fatos sejam investigados com maior rigor e rapidez. “Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, disse o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.

Sobre o caso: toda a situação só foi descoberta depois que uma pessoa transplantada procurou atendimento num hospital no dia 10 de setembro passando mal. Após a realização de exames, foi constatada que ela estava infectada com HIV. Antes de receber o órgão, um teste tinha confirmado que a pessoa não tinha o vírus. O hospital então notificou a Secretaria Estadual de Saúde, que começou uma investigação. Na apuração, testes foram refeitos com amostras mantidas no Hemocentro do Rio, constatando que exames básicos foram fraudados.