Custo e controle de dados ainda são os maiores impeditivos para adoção de IA, afirma IDC

Estratégia, eficiente e essencial, esses são os adjetivos dados à inteligência artificial (IA) durante o evento “IA e a Transformação Empresarial: Uma Nova Era – Powered by Intel” realizado nesta quinta-feira (30), em São Paulo. O encontro reuniu executivos da Intel, Amcham e do IDC para falar sobre o papel da tecnologia organizações.
Após uma abertura realizada pela vice-presidente da Intel na América Latina, Gisselle Ruiz Lanza, o evento contou com a apresentação de uma pesquisa inédita realizada pelo IDC sobre o grau de maturidade das empresas em relação à IA. De acordo com o estudo realizado no Brasil, EUA, México e Canadá, 51,4% das instituições experimentaram benefícios claros com a adoção da IA.
Dos ganhos sugeridos pelos pesquisadores, três se destacam entre os entrevistados: aumento da eficiência operacional, agilidade para os negócios e uma melhora na produtividade dos funcionários. Segundo Pietro Delai, diretor Enterprise para a América Latina no IDC, o resultado mostra que os setores de TI das companhias tem feito a sua parte.
“Outras pesquisas que o IDC faz com C-levels mostram que a principal prioridade das empresas é o aumento de eficiência operacional. Então, se é isso que a IA tem mais atingido, podemos ver um alinhamento muito bom da área de tecnologia. Estamos conseguindo fazer e entregar”, concluiu durante sua apresentação.
A pesquisa apontou ainda que, entre os tipos de inteligência artificial existentes, a generativa é a mais utilizada (58,7%), seguida pela tradicional (55,3%) e, por fim, a agêntica (15%), com poucos executivos se aventurando pela no versão de IA, principalmente na América Latina.
Para dar este próximo passo, ou ainda, ampliar o uso de sua IA atual, as empresas brasileiras afirmaram que ainda precisam investir mais em ferramentas de segurança e conformidade. No entanto, 34% delas afirmam que os custos elevados são o maior impeditivo para avançar e outros 33% dizem que a causa está na dificuldade em garantir o controle de dados e dos ativos de propriedade intelectual.
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Olhando para os números do Brasil, Delai afirma que o cenário mostra um ultra protecionismo nacional, com menos de 10% das empresas brasileiras afirmando disponibilizar todas as suas informações para mecanismos de IA. “Nós latinos temos a mania do silo. A informação é minha, tá aqui e ninguém mexe. A média de disponibilidade de dados dos brasileiros é de 51.8%, e isso que nem estamos falando de qualidade.”
Já em relação a infraestrutura, o diretor do IDC mostrou que ainda há uma certa discrepância nas informações apresentadas. Atualmente, 60% dos empresários no Brasil consideram que o país está bem equipado na parte de hardware e afirmam que esta não é uma parte que demanda investimento. Ao mesmo tempo, a preocupação com custo de infraestrutura é uma das maiores.
“Existe ainda um conflito porque não tem uma infraestrutura ideal para todos os negócios. Depende do que você vai fazer, da tua empresa, de uma série de coisas e todas as plataformas são essenciais”, explica o executivo.
Mesmo com as restrições, o país parece otimista. Quando perguntados se estão preparados para aproveitar ao máximo a inteligência artificial nos próximos 24 meses, grande parte dos respondentes brasileiros afirmaram que sim. Com 62% considerando a educação boa ou ótima para habilitar a IA e 64% afirmando que as políticas públicas estão boas ou ótimas.
Ainda assim, de acordo com o Índice Global de Complexidade de Negócios (GBCI) 2025, o Brasil é o sexto país mais complexo do mundo para fazer negócios devido às burocracias. A análise também se evidencia nos números apresentados pela IDC. Nos outros países entrevistados, 78% dos executivos consideram boas ou ótimas as políticas públicas.
“A conclusão é de que é desafiador, mas nós somos otimistas. E, com IA não tem discussão, os benefício são claros, mensuráveis e intensos”, concluiu.
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