Data centers de IA comprometem promessas de emissões zero
A indústria de data centers poder enfrentar um 2025 turbulento. A razão é o crescimento da inteligência artificial (IA), que ameaça atropelar compromissos de sustentabilidade, enquanto autoridades lidam com uma crescente hostilidade pública a novos projetos de infraestrutura, conforme reporta o The Register.
Essas conclusões vêm do mais recente relatório do Uptime Institute. O texto aponta que data centers devem se tornar mais controversos à medida que seu uso intensivo de recursos e emissões de gases de efeito estufa (GEE) geram maior oposição de populações locais.
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A Gartner já alertou sobre o consumo energético das infraestruras de IA, que pode crescer 160% nos próximos dois anos. Além disso, a demanda por água e a necessidade de espaços físicos amplos por esses centros, aliado à dependência de incentivos fiscais e à geração limitada de empregos locais, deve atrair oposição crescente de grupos ativistas e de ambientalistas.
Embora preocupações ambientais ganhem força, governos continuam apostando nos benefícios econômicos da IA. No Reino Unido, por exemplo, foi anunciado um plano de ação para oportunidades em IA, com flexibilização nas regras de construção de data centers.
O Uptime Institute também prevê que operadores de data centers precisarão se envolver ativamente na gestão de redes de energia, devido à alta demanda. Isso pode incluir fornecer ou armazenar energia e até reduzir cargas em momentos de necessidade.
Exemplo disso é a Microsoft, que implementou tecnologia interativa com a rede elétrica em Dublin, na Irlanda, permitindo que seus sistemas de armazenamento de energia forneçam eletricidade à rede. Além disso, a empresa está construindo uma usina privada movida a gás para garantir operação durante picos de demanda.
Necessidade de reformulação estrutural
A crescente demanda por energia da infraestrutura de IA exige uma revisão drástica nos data centers. Treinamentos de IA, por exemplo, já estão elevando a densidade de racks a níveis típicos de supercomputadores, com equipamentos baseados em GPUs Nvidia H-series alcançando 40 kW por rack.
Sem mudanças na arquitetura de energia, muitos data centers podem se transformar em usinas elétricas ao redor de pequenas salas de TI. Soluções sugeridas incluem distribuição de média tensão (acima de 1 kV) para áreas de TI e topologias inovadoras de distribuição de energia. Entretanto, essas mudanças demandarão tempo e investimentos. Isso deve marcar 2025 como um ano crucial para esse progresso.
Por fim, o relatório sugere que os operadores de data centers considerarão alternativas às GPUs Nvidia, conhecidas por seu alto consumo de energia. Em 2025, espera-se uma maior diversificação do mercado de hardware para IA, com soluções como Cerebras e SambaNova ganhando mais espaço.
Conforme conclui o Uptime Institute, 2025 testará a capacidade dos operadores de data centers em equilibrar oportunidades e incertezas apresentadas pela IA, mantendo acordos de nível de serviço, metas de sustentabilidade e objetivos financeiros.
*Com informações de The Register
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