Conexões em rede: o desafio da unificação tecnológica na HDI Seguros

Vanessa Bustamante, CIO da HDI Seguros, sorri enquanto está em pé no centro de operações da empresa, com painéis digitais de monitoramento ao fundo.

Unificar marcas, modernizar sistemas e garantir segurança digital. Em 2024, esses foram os pilares do crescimento da HDI Seguros, que integrou duas empresas adquiridas recentemente: Yelum Seguradora (antiga Liberty Seguros) e SOMPO Consumer.

Vanesa Bustamante, diretora de TI da companhia, explica como a tecnologia tem sido usada para sustentar a expansão da seguradora, ao mesmo tempo em que prepara a organização para os desafios do mercado de seguros em um cenário cada vez mais digitalizado. “Uma coisa é automatizar processos. Outra, bem diferente, é transformar digitalmente uma companhia”, afirma a executiva durante entrevista ao IT Forum.

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As etapas da integração

Para a HDI, o ano foi de reconstrução interna. Em termos práticos, isso significou revisitar os processos da seguradora, eliminando redundâncias e reforçando áreas críticas. A adoção de bots e assistentes virtuais facilitou a automação de partes da jornada de atendimento, como a precificação e a análise de perfis de clientes. A ideia, segundo Vanesa, é que “os produtos fiquem mais aderentes ao que os clientes realmente precisam”.

Outro pilar foi a modernização do parque tecnológico da empresa. Entre as medidas já aprovadas, está a migração para uma plataforma 100% em nuvem, com arquitetura baseada em APIs. A mudança promete maior flexibilidade e conectividade para integrar soluções das empresas adquiridas sem prejudicar a experiência dos clientes.

“Nosso principal desafio hoje é garantir que estamos trabalhando naquilo que de fato vai ajudar a companhia a concluir essa unificação da forma mais adequada”, explica. O equilíbrio entre atender demandas regulatórias, modernizar sistemas e manter uma boa relação com corretores e clientes exige negociações constantes entre as áreas de negócio.

Inteligência artificial na pauta

A integração tecnológica também abre caminho para o uso mais intensivo de inteligência artificial. A executiva acredita que, em 2025, os primeiros experimentos com inteligência artificial generativa poderão ser usados para aprimorar o atendimento, analisar cenários e oferecer subscrições mais adequadas.

Ao mesmo tempo, a HDI busca diversificar seu portfólio. Produtos como seguros de vida, residencial e empresarial ganharam protagonismo na estratégia da companhia, que já tem no seguro automotivo sua principal fonte de receita. Uma das apostas é a criação de um portal unificado para corretores, que centralize cotações e informações de diferentes marcas do grupo.

Segurança como cultura

Vanesa frisa que, em um mercado com fraudes cada vez mais sofisticadas, o papel da tecnologia não pode ser dissociado da conscientização. “Segurança não é só um tema de TI ou cibersegurança. É algo que envolve a companhia como um todo.”

A HDI investiu em treinamentos e ações de letramento digital para funcionários e corretores, abordando temas como phishing, engenharia social e boas práticas no home office. O cuidado com a proteção de dados extrapola as fronteiras da companhia. “Corretores, muitas vezes, acessam nossas plataformas de casa, sem a segurança adequada. Nosso papel é garantir que eles entendam os riscos.”

A abordagem vai além do ambiente virtual. A executiva cita um exemplo aparentemente banal: o hábito de funcionários deixarem crachás em praças de alimentação para reservar mesas. “Isso é um risco de segurança patrimonial. Temos até campanhas internas para conscientizar as pessoas.”

A estrada para 2025

O saldo de 2024 foi positivo, mas a conclusão da unificação entre HDI, Yelum e SOMPO ainda será o foco até o primeiro trimestre do próximo ano. Para a executiva, o sucesso desse processo depende de escolhas bem-feitas. “O grande desafio é dizer o que fazer primeiro. Não dá para abraçar tudo de uma vez.”

Entre os projetos prioritários para 2025, está a consolidação de um sistema de governança mais integrado e eficiente. Também estão nos planos o fortalecimento de parcerias com bancos e a criação de novos modelos de comercialização de seguros.

A tarefa não é simples. Em um setor com margens apertadas e concorrência acirrada, cada decisão tecnológica pode impactar o desempenho da companhia por anos. Ainda assim, Vanesa parece confiante de que a HDI está no caminho certo. “O nosso objetivo é sermos cada vez mais uma empresa orientada ao negócio, capaz de entregar valor real ao cliente”, conclui.

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