Desktop deve crescer 15% ao ano até 2027, aponta S&P
A receita da Desktop deve crescer em média 15% ao ano até 2027, segundo estimativas da S&P Global Ratings, que reafirmou nesta segunda-feira, 12 de maio, o rating nacional para debêntures da operadora em brA+, com perspectiva estável. A projeção está ancorada na ampliação da base de clientes, na digitalização de serviços e na entrada em novas verticais, como mercado corporativo (B2B), soluções digitais e Wi-Fi 6.
A operadora regional, que atua exclusivamente no estado de São Paulo, encerrou 2024 com R$ 1,1 bilhão em receita e 1,1 milhão de casas conectadas. Para 2025, a S&P projeta faturamento de R$ 1,3 bilhão, com EBITDA de R$ 670 milhões e margem de 51,5%, índice acima da média do setor. Ao fim de 2027, a receita deverá alcançar R$ 1,7 bilhão, com 1,55 milhão de clientes.
A agência considera como diferencial a estratégia de rentabilização da base com serviços convergentes e valor agregado. Entre os destaques estão a migração para tecnologia Wi-Fi 6, com conclusão prevista até 2026, e a expansão da oferta para empresas. O segmento B2B representa menos de 5% da receita atual da companhia, mas é visto como uma frente de diversificação com potencial de escala.
No curto prazo, a estrutura financeira da Desktop continua pressionada por investimentos. O fluxo de caixa operacional livre (FOCF) segue negativo, com estimativa de estabilidade apenas em 2026 e reversão positiva a partir de 2027. O capex projetado para os próximos anos varia entre R$ 350 milhões e R$ 370 milhões, enquanto a dívida ajustada permanece ao redor de R$ 1,8 bilhão.
Mesmo com essa pressão, a S&P reconhece que a alavancagem da companhia vem caindo gradualmente – de 3,5x em 2023 para 2,7x em 2025, chegando a 2x em 2027, projeta.
A agência também avalia como fator de risco o controle da empresa pelo fundo HIG Capital, que detém 52% das ações desde 2020. Essa estrutura acarreta, segundo a análise, uma política financeira mais agressiva e limita a possibilidade de elevação da nota de crédito no curto prazo.
Além do HIG, o fundador e CEO Denio Alves Lindo mantém 15% do capital da Desktop. A companhia tem 31% das ações em circulação na B3.
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