Dia do Profissional de TI: conheça mulheres que cresceram na carreira
No sábado (19) é lembrado o Dia do Profissional de TI. Ninguém discute que a tecnologia é uma carreira promissora, mas não é um cenário perfeito. A presença de mulheres nesse mercado, por exemplo, ainda é inferior à de homens. Dados de organizações como Unesco e Fórum Econômico Mundial mostram que mulheres ocupam cerca de 25% dos empregos em tecnologia globalmente.
A sub-representação feminina tem sido combatida por iniciativas que promovem equidade de gênero e incentivam a inclusão das mulheres no segmento de TI. Uma delas é a Thoughtworks, consultoria de tecnologia americana fundada em 1993.
A companhia tem implementado iniciativas voltadas para a inclusão de grupos sub-representados. No fim de 2023, a diversidade de gênero em funções tecnológicas na empresa alcançou 39,8%, número próximo à meta atual de 40%.
Desde 2017, a consultoria investe em programas como o Todas as mulheres na tecnologia, voltados para aumentar a presença feminina e apoiar interseccionalidades no setor.
Mulheres na liderança
Em relação à liderança feminina, um estudo da Women in Technology descobriu que na América Latina as mulheres ocupam menos de 30% das posições de liderança em tecnologia. Além disso, apenas 26% das empresas na região implementam programas voltados para a atração e retenção de mulheres no setor.
Andrea Rivetti é uma dessas mulheres. Ela é graduada em Direito, mas não queria seguir a carreira. A profissional sempre gostou de tecnologia e vislumbrava a criação de uma empresa no setor. Para isso, se dedicou a cursos de montagem e manutenção de microcomputadores, ao mesmo tempo em que aprofundava pesquisas sobre o mercado.
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Foi assim que surgiu a Arklok, empresa especializada na locação de equipamentos tecnológicos, incluindo computadores, scanners e, mais recentemente, smartphones. “O desafio no início era de convencer os empresários sobre a possibilidade de alugar equipamentos; o brasileiro é muito patrimonialista, o processo de convencimento era muito mais difícil”, lembra a executiva.
Os esforços deram resultados. Este ano a Arklok anunciou entrada no mercado telecom e segue no fornecimento de infraestrutura tecnológica para o setor corporativo quanto para o de telecomunicações.
Outra líder feminina na área de tecnologia da informação é Débora Oliveira, coordenadora de segurança da informação na Propay, empresas de tecnologia brasileira com foco em RH. Há 16 anos na companhia, a profissional realiza a gestão de colaboradores e atividades dos times de segurança da informação e central de acessos, além de interação com clientes e auditorias internas e externas.
“Hoje, o grande desafio do meu trabalho é gerir as pessoas, garantir a segurança e acompanhar as tendências, estando atualizada, pois a área de tecnologia sempre tem muitas novidades. Porém, o importante é nunca desistir e meu conselho para o público feminino é que estude muito, faça networking e busque referências positivas”, diz Débora.
Mercado financeiro
Outro mercado com predominância masculina é o de finanças. Uma pesquisa conduzida por Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef), mostrou que a participação feminina em cargos de liderança, como o de CEOs, representa apenas 16% entre os 50 maiores bancos comerciais do mundo. O desafio para mulheres que trabalham com tecnologia em instituições financeiras pode ser ainda maior.
Valéria Rodrigues, analista de negócios na C&M Software, é um exemplo positivo. Técnica em TI e bacharel em sistemas da informação, a profissional trabalha em ambientes predominantemente masculinos.
“Desde a minha formação, costumo usar a seguinte frase para exemplificar o que vivencio nesse setor. Para sermos vistas e valorizadas, muitas vezes precisamos ser três vezes mais eficientes que os homens ao nosso redor”, comenta a profissional.
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