El Salvador inaugura ‘maior prisão da América’ com capacidade para 40 mil pessoas

El Salvador, país com mais número de detentos no mundo, inaugurou na terça-feira, 1, uma penitenciária, denominada a ‘maior prisão da América’, que tem capacidade para 40 mil pessoas. Apelidada pelas autoridades de ‘Centro de Confinamento do Terrorismo’, ela foi construída em uma área rural isolada em um vale perto de Tecoluca, a mais de 70 km da capital. O presidente Nayib Bukele visitou a propriedade que possui 166 hectares, com uma dúzia de pavilhões ocupando 23 hectare, entretanto, não detalhou quando o primeiro dos quase 63 mil supostos membros de gangues detidos vai ser transferido para a unidade. Há 10 meses, o líder de El Salvador está em guerra com as gangues e lançou uma campanha para reprimir a violência desses grupos. O país, que tem 6,5 milhões de habitantes, está com 2% da população presa e vê esse número aumentar diariamente porque causa da promessa feita pelo presidente. A nova prisão foi construída para aliviar o sistema prisional, que hoje enfrenta uma sobrecapacidade, e, segundo Bukele permitem que os membros de gangues tenham acesso a mercadorias como videogames, drogas e telefones celulares, o que não ocorrerá na ‘maior prisão da América’. 

A prisão tem um muro perimetral de mais de dois quilômetros, que será guardado dia e noite por 600 soldados e 250 policiais. No interior, a segurança vai ficar por conta de guardas da Direção-Geral dos Estabelecimentos Prisionais. O CECOT tem 236 pavilhões prisionais e uma fábrica onde os reclusos vão trabalhar em oficinas têxteis, construção de móveis, pintura e muito mais. Apesar de sua abordagem em relação às gangues, o governo de Bukele  foi acusado de intermediar um pacto com as duas principais quadrilhas, oferecendo aos membros melhores condições de prisão, dinheiro e outros benefícios em troca de reduzir os índices de homicídios e apoiar o partido de Bukele nas eleições legislativas. Até a inauguração desse novo presídio, a maior cadeia do país era a de La Esperanza, que abriga 33 mil pessoas, apesar da capacidade ser de 10 mil. As prisões em massa que o país tem feito são criticadas por organizações de direitos humanos, mas estão protegidas por um regime de emergência que permite detenções sem mandado.