Em CPI, ex-secretário executivo de segurança do DF diz que Polícia Militar não tinha plano para o 8 de janeiro

O ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), Fernando Oliveira, disse nesta quinta-feira, 2, que a Polícia Militar do DF não tinha um plano de operações para o caso de invasão à esplanada dos ministérios no dia 8 de janeiro. A afirmação foi feita durante depoimento à CPI da Câmara Distrital do DF para apurar os atos de vandalismo ocorridos em 12 de dezembro e 8 de janeiro. “Demorou muito para essa tropa chegar. Isso eu posso falar para os senhores. Não sei por qual motivo. […] Tem áudios meus questionando ‘cadê as tropas?’, que eram para estar, conforme no PAI, se tivesse sido cumprido, de prontidão”, disse Fernando. Oliveira foi o primeiro a ser ouvido entre as nove testemunhas convocadas. O ex-secretário afirmou ter tido apenas uma conversa rápida com Fernando Torres, secretário de segurança pública do DF na época, e que depois eles não tiveram mais contato.

Fernando estava à frente da SSP no dia da invasão dos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. Apesar de dizer que a PM não apresentou um planejamento para enfrentar o vandalismo, o ex-secretário disse que o governo de Ibaneis Rocha tinha um plano de ações que não foi seguido. Quem também seria ouvida nesta quinta-feira, 2, era a ex-subsecretária de inteligência da SSP, Marília Ferreira Alencar. Mas o depoimento dela foi adiado para a próxima quinta-feira, 9. Fernando e Marília foram exonerados pelo interventor federal da pasta no DF após os episódios de vandalismo na capital federal. O ex-secretário de segurança pública Fernando Torres e o governador Ibaneis Rocha são investigados pela Polícia Federal no inquérito que apura omissão nas forças de segurança no dia dos atos violentos. Torres deverá depor na CPI na próxima quinta-feira.

*Com informações da repórter Paula Lobão