Empresa chinesa admite usar TikTok para rastrear jornalistas


ByteDance diz que quatro funcionários, baseados nos EUA e na China, foram demitidos. Rede social TikTok
Dado Ruvic/Illustration/REUTERS
Funcionários da empresa de tecnologia chinesa ByteDance acessaram indevidamente dados privados da rede social TikTok, filial do grupo, para rastrear jornalistas e localizar a origem de vazamentos para a mídia, admitiu a empresa nesta sexta-feira (23).
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O TikTok fez um grande esforço para convencer usuários e governos em grandes mercados como os Estados Unidos de que protege a privacidade dos dados e não representa uma ameaça à segurança nacional.
Mas a matriz ByteDance disse que vários funcionários acessaram os dados de dois jornalistas como parte de uma investigação interna sobre vazamentos de informações da empresa.
O objetivo era identificar ligações entre a empresa e um repórter do Financial Times e um ex-jornalista do BuzzFeed, de acordo com um e-mail do conselheiro geral da ByteDance, Erich Andersen, ao qual a AFP teve acesso.
Ambos os jornalistas relataram o conteúdo de documentos vazados da empresa.
Em comunicado à AFP, a ByteDance condenou a “iniciativa equivocada que violou gravemente o código de conduta da empresa”.
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Os funcionários obtiveram os endereços IP dos repórteres para determinar se eles coincidiam em algum local com seus colegas da ByteDance suspeitos de vazar as informações, de acordo com Andersen.
O plano não funcionou, em parte porque os endereços IP revelam apenas geolocalizações aproximadas.
De todo modo, Andersen explicou em seu e-mail que nenhum dos funcionários envolvidos no caso ainda trabalha ByteDance, embora não tenha detalhado quantos foram demitidos.
O TikTok está de volta aos holofotes nos Estados Unidos em um momento em que o Congresso busca proibir em todo o país o uso dessa popular plataforma de vídeos curtos em dispositivos governamentais por motivos de segurança.
A rede social tentou convencer as autoridades americanas de que os dados desse país estão protegidos e armazenados em servidores localizados dentro do seu território.
Mas depois de alguns relatos da imprensa, também admitiu que funcionários na China tiveram acesso a dados de usuários dos Estados Unidos, teoricamente em circunstâncias específicas e muito limitadas.
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