Empresas de tecnologia defendem diálogo sobre regulação da IA no B20

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O B20 Summit, evento preparatório para a cúpula do G20, reuniu nesta quinta-feira (24) líderes empresariais em São Paulo para debater a regulação da inteligência artificial (IA). Representantes do setor de tecnologia pediram que o diálogo com governos garanta que a legislação não impeça o desenvolvimento da área.

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, destacou a necessidade de engajamento entre empresas e reguladores. “Há muita retórica sobre os riscos da IA, e é natural que as pessoas se preocupem. Mas precisamos ser ousados e responsáveis. A responsabilidade surge quando nos envolvemos com o Congresso, o Parlamento e o Tribunal Superior Eleitoral. Precisamos discutir IA para que ela funcione como ferramenta positiva para a sociedade brasileira”, afirmou.

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Coelho argumentou que a regulação deve possibilitar a continuidade do progresso alcançado nos últimos anos, fazendo referência ao Marco Civil da Internet, que completou uma década em abril. “A regulamentação tem que ser suficientemente boa para manter a evolução desde o Marco Civil”, disse. O conjunto de leis, sancionado em 2014, estabeleceu princípios para o uso da internet no país, como a proteção de dados e privacidade dos usuários.

Além dos impactos internos, Coelho alertou para a relevância geopolítica da regulação. “O Brasil precisa escolher entre ser produtor ou importador de tecnologia. Temos potencial para um grande salto, mas poucos reconhecem que nossa sociedade é altamente digital.”

Fariba Wells, vice-presidente de Assuntos Governamentais Globais da Kyndryl, pediu atenção ao exemplo europeu, onde uma nova legislação sobre IA entrará em vigor ainda em 2024. As regras europeias estabelecem critérios de transparência e preveem multas de até 7% do faturamento global para violações.

“Quem trabalha em setores regulados sabe que a primeira reclamação é sempre o excesso de normas e de instâncias a serem reportadas. Precisamos de mais harmonização. Vemos isso no caso da IA, e é importante observar o que está sendo feito na Europa”, declarou Wells.

*Com informações da Agência Brasil

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