Empresas de tecnologia impulsionam retomada da energia nuclear nos EUA

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Grandes empresas de tecnologia estão voltando seus olhos para a energia nuclear como solução para abastecer seus data centers e atingir metas de sustentabilidade. Microsoft e Amazon fecharam acordos importantes, recentemente, com usinas nucleares nos EUA, enquanto a Google avalia o uso de reatores modulares de última geração, conforme publicação do The Verge.

A demanda crescente por eletricidade, impulsionada principalmente pelos novos centros de dados para ferramentas de inteligência artificial (IA), tem dificultado o cumprimento das metas de redução de emissões de carbono das empresas. Nos últimos anos, tanto Microsoft como Google e Amazon registraram aumento nas emissões de gases de efeito estufa, o que torna a energia nuclear uma alternativa atraente para compensar esses impactos ambientais.

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Grande parte da frota nuclear dos EUA foi construída nas décadas de 1970 e 1980, mas a indústria enfrentou desafios após acidentes como os de Three Mile Island e Fukushima, além dos altos custos e menor flexibilidade das usinas nucleares em comparação às usinas a gás, conforme destacado pela reportagem. Atualmente, as usinas nucleares voltaram a ser atraentes por fornecerem uma fonte de energia constante e confiável, ideal para data centers que operam 24 horas por dia. Essa estabilidade se destaca em comparação com as limitações da energia eólica e solar, que dependem das condições climáticas e da variação de luz ao longo do dia.

Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Google e Amazon, têm buscado energia nuclear para reduzir suas emissões de carbono, apesar do aumento da demanda energética por IA. Em setembro, a Microsoft assinou um acordo para reativar a usina nuclear de Three Mile Island, que foi desativada em 2019 por razões econômicas. Segundo Bobby Hollis, Vice-Presidente de Energia da Microsoft, a retomada da usina até 2028 será “um marco importante” para o compromisso da empresa de se tornar carbono zero, disse em comunicado à imprensa.

A Amazon também está investindo pesadamente em energia nuclear. Em março, a empresa adquiriu um campus de data centers alimentado pela usina nuclear de Susquehanna, na Pensilvânia, por US$ 650 milhões. Essa usina é a sexta maior do país e fornecerá energia limpa e constante para os servidores da Amazon Web Services, segundo o The Verge.

O interesse das gigantes de tecnologia também inclui reatores modulares de próxima geração, ainda em desenvolvimento e previstos para operar a partir da década de 2030. Esses reatores são menores e mais flexíveis que as usinas tradicionais, facilitando a construção e o ajuste na produção de eletricidade conforme a demanda. No ano passado, a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA certificou pela primeira vez o projeto de um desses reatores, que pode ser uma alternativa mais eficiente e acessível para atender às necessidades energéticas crescentes, segundo informações do The Verge.

O Google, por exemplo, está considerando investir nesses reatores como parte de seu plano de sustentabilidade, de acordo com Sundar Pichai, CEO da empresa, em entrevista ao Nikkei.

Além disso, o bilionário Bill Gates, fundador da TerraPower, está entre os principais defensores da energia nuclear como solução para as mudanças climáticas. Em entrevista ao The Verge no mês passado, Gates afirmou que acredita que a tecnologia nuclear pode ajudar significativamente a enfrentar o problema do aquecimento global.

O Departamento de Energia dos EUA divulgou um relatório que prevê a possibilidade de triplicar a capacidade nuclear do país até 2050. Com a crescente demanda por eletricidade, impulsionada por veículos elétricos, data centers, criptomoedas e novas instalações de manufatura, a energia nuclear está ganhando relevância novamente. Após anos de fechamento de reatores, concessionárias estão estendendo a vida útil dos reatores existentes e considerando reativar usinas fechadas. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios, como aprovação regulatória, altos custos e resistência em relação ao impacto ambiental.

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