Estudo de Anatel e BRICS usará IA para prever riscos orbitais
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Comissão de Comunicação, Espaço e Tecnologia da Arábia Saudita (CST) estão à frente de um estudo sobre sustentabilidade espacial, no âmbito da cooperação dos BRICS. O projeto, mencionado no anexo técnico da Declaração dos Ministros de Comunicações do grupo, foi apresentado oficialmente nesta segunda-feira, 2 de junho, em Brasília.
O estudo utiliza ferramentas de inteligência artificial para simular o comportamento futuro de satélites e prever riscos relacionados à ocupação de órbitas e uso do espectro. O objetivo é subsidiar a formulação de políticas públicas nacionais e contribuir com propostas para os fóruns internacionais, especialmente a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Denominado Joint Space Sustainability Study, o projeto pode embasar a atualização de normas multilaterais, como a Resolução PP-219 da UIT, que trata da sustentabilidade do espectro e das órbitas associadas. Também pretende contribuir com os trabalhos do Fórum de Política de TICs da UIT (WTPF), previsto para 2026, e da Assembleia de Radiocomunicação de 2027.
A preocupação dos BRICS com a sustentabilidade espacial se baseia em diversos desafios futuros. Entre os tópicos listados, estão o uso de links intersatélites (ISLs), desafios de coordenação internacional, impactos ambientais dos lançamentos e proteção da soberania e da segurança da informação nas redes espaciais. Há ainda preocupação O com distorções de mercado e com a promoção de complementariedade entre sistemas espaciais e redes terrestres.
A iniciativa da Anatel e da Arábia Saudita se soma a outras ações previstas na agenda conjunta dos BRICS, como o desenvolvimento de mecanismos de gerenciamento de tráfego espacial e estímulo à harmonização regulatória. O documento destaca a importância da colaboração entre empresas, centros de pesquisa e órgãos reguladores.
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