Ex-engenheiro do Google é acusado de roubar segredos de IA para empresas chinesas

O ex-engenheiro de software da Google, Linwei Ding, foi acusado pelos Estados Unidos de roubar segredos comerciais relacionados à inteligência artificial (IA) enquanto trabalhava para a gigante da tecnologia. Segundo as autoridades, Ding teria transferido mais de 500 arquivos confidenciais relacionados à infraestrutura dos centros de dados de supercomputação da Google para sua conta pessoal, sem o conhecimento da empresa.
Durante seu tempo na Google, onde trabalhou desde 2019 com funções relacionadas a desenvolvimento de software, Ding também teria trabalhado secretamente para duas empresas chinesas, uma delas uma startup de IA que ele próprio fundou em Shanghai, a Shanghai Zhisuan Technology. Segundo a acusação, Ding teria feito uploads de informações da rede do Google em 2022, ao longo de um ano, violando a confiança e os termos de seu emprego.
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A acusação diz ainda que ele teria trabalhado, paralelamente à Google, na Beijing Rongshu Lianzhi Technology, empresa de tecnologia iniciante que o abordou com uma oferta salarial generosa de US$ 14.800 por mês para ocupar o cargo de Diretor de Tecnologia na empresa chinesa.
Os promotores alegam que Ding não informou ao Google sobre seu trabalho para outras empresas. Ele se candidatou a uma organização na China e apresentou o negócio em uma conferência de investidores em novembro de 2023. Em seguida, tentou fazer mais uploads de arquivos enquanto estava na China, afirmando que era para comprovar seu trabalho para o Google. Após retornar aos EUA, Ding reservou uma passagem só de ida para Pequim e renunciou. O Google suspeitou novamente após saber de suas atividades na conferência e suspendeu seu acesso, descobrindo os uploads não autorizados em seu histórico de atividades.
Em resposta, a gigante de tecnologia suspendeu imediatamente o acesso de Ding e alertou as autoridades sobre o caso. Na quarta-feira, Merrick Garland, Procurador-Geral dos EUA, disse em um comunicado que o acusado estava buscando enriquecer secretamente trabalhando para empresas que estavam “buscando uma vantagem na corrida tecnológica da IA”, de acordo com a BBC.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos declarou que não tolerará tais violações, destacando a importância de proteger tecnologias avançadas como a IA. Enquanto isso, autoridades americanas enfatizaram que o roubo de segredos comerciais relacionados à IA representa uma ameaça à segurança nacional.
O caso ocorre em meio a uma crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, onde ambas as nações buscam ganhar vantagem competitiva em setores-chave, incluindo a IA. As autoridades dos EUA veem as ações de Ding como um exemplo das tentativas da China de obter inovação tecnológica americana de forma ilícita.
*Com informações da BBC
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