Fávaro diz que não há riscos para consumo de carne e pede revisão de protocolo para casos de ‘vaca louca’

O ministro da agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan nesta quinta-feira, 23, e comentou sobre o caso de Vaca Louca registrado nesta semana no Pará. De acordo com o político, a tendência natural é de que se trate de um caso “atípico” e isolado. “A confirmação definitiva virá à partir das análises de um laboratório credenciado na Organização Mundial de Saúde Animal, no Canadá“, explicou. Fávaro afirmou que as amostras coletadas foram enviadas à instituição e que a confirmação deverá ocorrer até a próxima semana. O político ressaltou a necessidade de transparência e clareza nas informações, já que trata-se de um tema sensível para a economia do país. Nesta quinta, as ações dos principais frigoríficos subiram, em contraste com a forte queda registrada na quarta e nos dias anteriores. Ações ordinárias da JBS subiram 3,74%, da Minerva se valorizaram 0,88% e, da BRF, 0,47%. O aumento na cotação dos papéis ocorre após tranquilização do ministro da Agricultura, que detalhou as ações do governo para lidar com o caso registrado de Vaca Louca em uma propriedade rural em Marabá (PA). “A credibilidade se faz com agilidade na informação, mostrando que nosso sistema de defesa está atuante, tem responsabilidade com a qualidade da carne brasileira e não se omite a dar informações. Por isso o mercado já se acomodou”, disse o representante do governo federal.

Questionado sobre a suspensão das exportações das carnes brasileiras ao comércio chinês – em decorrência do protocolo que prevê a interrupção do alimento caso a doença seja detectada em solo brasileiro -, Fávaro minimizou os impactos do hiato no fornecimento de carne bovina. Segundo o ministro, a medida de suspensão na exportação foi uma medida realizada em 2015 e que visava dar credibilidade à industria pecuária do Brasil. “Uma das condições impostas pelo governo chinês, foi: ‘Ao menor sinal do aparecimento de Vaca Louca, terá a suspensão imediata pelo próprio Brasil. Foi necessário e por isso avançamos tanto no mercado chinês. Mas acho que é possível melhorar esse protocolo. Quando detectado e comprovado como caso atípico, não é necessário interromper as exportações”, afirmou. Atualmente, 61% da exportação realizada pelas frigoríficas brasileiras são destinadas ao mercado da China, o que representa uma injeção econômica de US$ 8 bilhões – pouco mais de R$ 40 bilhões – anuais. O chefe da pasta da agricultura também defendeu a possibilidade do Brasil realizar as medições e comprovações de casos de Vaca Louca em seu laboratório habilitado em Pernambuco, a fim de agilizar o envio do material – que não teria a necessidade de ser encaminhado ao Canadá – e pela velocidade na apresentação do laudo pericial após as análises laboratoriais.