“O desafio é fortalecer a fundação”, afirma CEO da Cloudera sobre promessa do big data
Em um momento em que dados e inteligência artificial ganham cada vez mais protagonismo, Charles Sansbury, CEO da Cloudera, argumenta que as empresas de grande porte estão mergulhadas em um paradoxo: possuem vastas quantidades de informações, mas a infraestrutura defasada e o excesso de dados fragmentados criam mais dificuldades que soluções.
Segundo Sansbury, a Cloudera surge com a solução para empresas que navegam entre ambientes híbridos, oferecendo uma estrutura unificada de análise de dados que, segundo ele, é única no mercado.
Para o executivo, o conceito de “ambiente híbrido” não é apenas um detalhe técnico; é a chave para empresas que buscam otimizar seus processos e responder rapidamente a novas demandas do mercado. “Vemos grandes empresas aderindo a uma arquitetura híbrida para enfrentar a complexidade de seus ambientes de dados”, explica. Com a Cloudera, Sansbury afirma que é possível gerenciar dados em múltiplas plataformas de forma integrada, utilizando a mesma interface, algo que, de acordo com ele, nenhuma outra empresa de tecnologia alcançou até agora.
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O sonho e o trabalho bruto do data lake
A promessa de um “data lake” — espaço onde grandes volumes de dados podem ser armazenados, processados e usados para treinar modelos de inteligência artificial — é sedutora, mas a realidade é mais trabalhosa do que aparenta. Sansbury comenta que as empresas enfrentam o desafio de preparar, transformar e organizar seus dados antes mesmo de iniciar análises mais sofisticadas. O problema? Boa parte desse trabalho é oculto e não reflete diretamente no resultado final, tornando-se difícil para gestores de TI e executivos convencê-los sobre o investimento pesado necessário. A Cloudera, segundo ele, já possui um alicerce que permite agilizar essa etapa de preparação, deixando empresas mais próximas do potencial transformador da inteligência artificial.
A concorrência entre segurança e inovação
Em meio à corrida tecnológica, Sansbury sublinha que há duas prioridades recorrentes para executivos de TI: segurança cibernética e análise de dados. E, muitas vezes, a primeira ofusca a segunda. Para ele, a Cloudera dedica especial atenção à construção de um ambiente seguro, que contempla tanto tecnologias robustas como protocolos operacionais e de boas práticas. “Muitas falhas de segurança ocorrem devido a fatores humanos, como a falta de autenticação em dois fatores”, alerta. Assim, a empresa mantém uma estrutura que vai além da camada tecnológica, reforçando também práticas empresariais que incluem desde treinamento de pessoal até operações de monitoramento contínuo.
Indústrias que lideram a corrida dos dados
Sansbury identifica setores como finanças, telecomunicações e governo como os principais beneficiários das análises de grandes volumes de dados. Essas indústrias possuem longos históricos de investimento em infraestrutura de dados e lidam com um fluxo massivo de informações. No entanto, ele enxerga um potencial emergente em indústrias como a farmacêutica e a manufatura, onde a análise de dados pode revolucionar a descoberta de novos medicamentos e otimizar processos de fabricação. No setor financeiro, a detecção de anomalias como fraudes e transações irregulares já é uma realidade, mas o executivo sugere que esse tipo de análise pode ser ampliado para detectar falhas e melhorar a eficiência em outras áreas.
A questão da privacidade dos dados permanece no cerne das preocupações. De acordo com Sansbury, a Cloudera adere aos padrões mais rigorosos de proteção de dados pessoais e de conformidade setorial. “A violação de dados pode destruir a reputação de empresas de infraestrutura de dados”, adverte. Para ele, a guerra pela segurança é contínua, com hackers cada vez mais sofisticados. O desafio, ele reconhece, é de ordem técnica e também de um compromisso com a transparência e conformidade.
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