Gartner: 3 tendências e três recomendações para IA generativa em compras
A inteligência artificial generativa (GenAI) está prestes a mudar as estruturas de compras (procurement) das organizações. Segundo o Gartner, que divulgou recentemente um relatório sobre o assunto, serão três áreas impactadas: raciocínio agêntico (“agentic reasoning”), multimodalidade e agentes de IA – elas redefinirão operação e impactarão as agendas dos Chief Procurement Officers (CPOs).
De acordo com uma pesquisa da consultoria feita em julho de 2024 com 258 participantes globais, 72% dos líderes de compras estão priorizando a integração da GenAI. Isso significa um reconhecimento do potencial da tecnologia para impulsionar melhorias, incluindo de casos de uso.
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“O ‘agentic reasoning’, a multimodalidade e os agentes de IA estão chegando às compras. Esses avanços levarão as compras para uma era em que a distância entre ideias, insights e ações será reduzida rapidamente”, diz em comunicado Ryan Polk, analista diretor sênior do Gartner. “Líderes de compras que construírem sua base agora, com foco em qualidade de dados, privacidade e gestão de riscos, têm o potencial de alcançar novos níveis de produtividade e valor estratégico com a tecnologia.”
As três mudanças
O agentic reasoning em GenAI permite, segundo o Gartner, processos de tomada de decisão avançados que imitam a cognição humana. Essa capacidade permitirá que funções de compras aproveitem a GenAI para analisar cenários complexos e tomar decisões informadas com mais precisão e velocidade.
Já a multimodalidade se refere à capacidade da GenAI de processar e integrar várias formas de dados, como texto, imagens e áudio. Isso a tornará mais intuitivamente consumível aos usuários e aprimorará a capacidade de compras de reunir e analisar diversas fontes de informação, levando a insights mais completos e estratégias mais bem fundamentadas, diz a consultoria.
Por último, os agentes de IA são sistemas autônomos que podem realizar tarefas e tomar decisões em nome de operadores humanos. Nas compras, esses agentes automatizarão tarefas e atividades. À medida que se tornarem mais integrados à tecnologia de compras, irão mudar o papel dos profissionais de compras para decisões estratégicas, gestão de relacionamentos com stakeholders e inovação, diz o Gartner.
As três recomendações
Além das três tecnologias, o Gartner faz três recomendações iniciais para CPOs maximizarem o valor da GenAI em compras. São elas:
– Reforçar a governança de dados
Modelos de IA exigem grandes volumes de dados para treinamento, incluindo sobre processos de compras além das métricas básicas de desempenho, para serem eficazes. Assegure que dados reais de compras, provenientes de fontes internas e externas, sejam coletados, analisados e mantidos em formato estruturado para garantir a sua qualidade.
Padronize e documente os modelos de tomada de decisão para fluxos de valor de compras e invista em mineração de processos para descobrir e utilizar os “dados obscuros” de compras para um treinamento mais completo de IA.
– Desenvolver e incorporar padrões de privacidade em contratos
Trabalhe com líderes de conformidade e jurídicos para entender os riscos de privacidade de dados da IA e elaborar proteções organizacionais. Desenvolva e implemente políticas de direitos de dados de IA junto aos principais fornecedores. Incorpore padrões de privacidade de dados como critérios principais na avaliação de fornecedores.
– Aumentar os limites de compras
No futuro, os compradores automatizados (machine buyers) se tornarão comuns, absorvendo uma parte significativa das atividades tradicionais de fornecimento e compras. As equipes de compras se tornarão menores e serão implementadas apenas para gerenciar as atividades de fornecimento mais estratégicas, gerenciar exceções e casos excepcionais, ou orientar os stakeholders de negócios (ou bots de IA) sobre como realizar suas próprias compras.
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