Gartner: 4 desafios para entregar valor com a inteligência artificial – e como superá-los

Imagem representando a integração de inteligência artificial com o mundo. Uma pessoa segura uma representação digital do globo terrestre em uma mão e, na outra, um cérebro estilizado com o símbolo 'AI' no centro, simbolizando tecnologia avançada e conexão globalHomem em traje formal segurando uma representação digital do globo terrestre em uma mão e um símbolo de cérebro com um chip de inteligência artificial (AI) na outra. A imagem destaca a integração entre tecnologia avançada e gestão global, com circuitos e luzes azuis que simbolizam inovação, conectividade e o impacto da inteligência artificial no mundo (IA, Inteligência Artificial, IA, gigantes, generativa, empresa, startups, gestão, OpenAI Anthropic, código aberto, setor financeiro, open, valor)

Quatro grandes desafios emergentes estão dificultando que CIOs e outros líderes de tecnologia entreguem valor para os negócios a partir de projetos usando inteligência artificial. Promessas não concretizadas, custos elevados, gerenciamento de dados complexo e o desempenho dos profissionais envolvidos têm ‘encucado’ essas lideranças.

Essas conclusões vêm de uma pesquisa feita pelo Gartner com 451 líderes de tecnologia no segundo trimestre de 2024 – 57% deles afirmam ser os executores da estratégia de IA de suas organizações. Para Mary Mesaglio, vice-presidente e analista da consultoria, a corrida entre os fornecedores de tecnologia complica a vida dos CIOs, que se sentem tanto “vivendo o hype” como pressionados o tempo todo para entregar resultados.

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“No entanto, os CIOs podem definir o ritmo em sua corrida por resultados com IA”, pondera Hung LeHong, vice-presidente e analista do Gartner. “Se você tem ambições modestas para IA, em um setor que ainda não está sendo remodelado pela IA, pode se dar ao luxo de seguir um ritmo mais comedido.”

Os analistas do Gartner explicam como superar esses quatro desafios para entregar valor com IA de forma segura e em escala.

Benefícios do uso de IA que não se concretizam

Para gerar valor para os negócios com GenAI, é preciso usar consistentemente as ferramentas nos fluxos de trabalho, diz o Gartner. Uma pesquisa da consultoria feita no segundo trimestre de 2024 com mais de 5 mil trabalhadores nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália e China revelou economias, em média, de 3,6 horas por semana usando GenAI.

No entanto, nem todos eles obtêm o mesmo nível de benefício. “Os ganhos de produtividade com GenAI não são distribuídos de forma igual. [Eles] variam de acordo com o funcionário, não apenas por causa de seu interesse pessoal e níveis de adoção, mas também pela complexidade do trabalho e nível de experiência.”

Empresas aceleradas por IA também estão buscando benefícios que vão além da produtividade – como automatização de processos empresariais-chave ou redefinição de funções para trabalhar com chatbots; e melhorias transformadoras no nível empresarial, como resultados que criam fontes de receita ou redesenham a proposta de valor.

“Nesses casos, os CIOs devem gerenciar os benefícios da IA como um portfólio. Determine o tamanho da sua aposta em cada área de benefício e gerencie riscos e recompensas em todo esse portfólio”, diz Mesaglio.

Custo da IA pode sair do controle

Mais de 90% dos CIOs disseram que os custos limitam sua própria capacidade de extrair valor da IA, de acordo com pesquisa do Gartner com mais de 300 CIOs em junho e julho de 2024. O Gartner acredita que o custo é um risco tão grande para a IA quanto segurança ou alucinações.

Se os CIOs não entenderem como os custos da GenAI escalam, o Gartner estima que podem cometer um erro de 500% a 1.000% em seus cálculos de custo.

“Você deve entender os componentes de custo e as opções de modelos de precificação, e precisa saber como reduzir esses custos e negociar com os fornecedores. Os CIOs devem criar provas de conceito que testem como os custos irão escalar, e não apenas como a tecnologia funciona”, diz LeHong.

Dados e IA criam desafios e riscos

Com a proliferação da IA e dados, eles não são mais ativos centralizados que a TI controla diretamente. Segundo o Gartner, em média 35% dos recursos de IA serão desenvolvidos pelas equipes de TI.

Isso significa, diz a consultoria, que novas abordagens são necessárias para gerenciar e proteger o acesso a dados, governar entradas e saídas de IA e entregar valor com segurança.

“É aqui que entra o conceito de ‘sanduíche tecnológico’”, afirma LeHong ao descrever a pilha de tecnologia de IA do futuro. “Na base do sanduíche, estão todos os dados e IA da TI, tipicamente centralizados. No topo, estão todos os dados e IA provenientes de todos os lugares, tipicamente descentralizados. E no meio estão as tecnologias de gestão de confiança, risco e segurança (TRiSM) que tornam tudo seguro. Isso é o que você precisa criar para acomodar IA e dados que vêm de todos os lugares.”

Impacto sobre o desempenho e o bem-estar dos funcionários

Alguns funcionários podem sentir forte afinidade com a IA, enquanto outros podem se sentir ameaçados ou ressentidos. Essas reações podem levar a resultados comportamentais não intencionais que impactam negativamente o trabalho, como ciúmes ou dependência excessiva, diz o Gartner.

Poucas empresas estão gerenciando ativamente esses resultados comportamentais, alerta a consultoria. Na pesquisa do Gartner, apenas 20% dos CIOs disseram que se concentram em mitigar potenciais impactos negativos da IA generativa no bem-estar dos funcionários.

“A maioria das empresas não é curiosa o suficiente sobre como a IA faz seus funcionários se sentirem. Isso é importante porque a IA pode levar a diversos resultados comportamentais não intencionais”, diz Mesaglio. “O ponto crítico é que, se você usar a gestão de mudanças para lidar com isso, seja intencional sobre quem é responsável por quais resultados comportamentais.”

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