Google Cloud: inclusão, preservação e descarbonização pautam projetos de ESG
No coração do Google Cloud no Brasil, Marco Bravo, que até o final de setembro era head do Google Cloud Brasil, lidera uma série de projetos inovadores que não apenas transformam a paisagem digital do país, mas também preservam seu rico ecossistema.
Vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano 2023 na categoria Ambiental do ESG, ele conta as iniciativas cruciais da empresa sob sua gestão, destacando o compromisso da gigante com a inclusão, a preservação e a descarbonização.
“A tecnologia deve ser um veículo para a inclusão, não uma barreira”, reflete ele. “No Google Cloud, entendemos que a tecnologia deve beneficiar todos os brasileiros e isso significa que necessita ser acessível para pessoas de todas as idades e origens. Por isso, estamos focados em contribuir com o sistema de educação, por meio de soluções tecnológicas, assim como ajudar os brasileiros a conquistar seus empregos, ampliar suas habilidades e desenvolver suas carreiras”, completa.
Leia também: Conheça os CIOs vencedores do prêmio Executivo de TI 2023!
O Projeto de Inclusão de Alunos e Diversidade do Google Cloud é um dos exemplos dessa máxima, conta. O trabalho visa preencher a lacuna de talentos no mercado de tecnologia brasileiro. “Trabalhamos em parceria com instituições como o SENAI-SP e a SoulCode, oferecendo cursos gratuitos em áreas cruciais como computação em nuvem e inteligência artificial. Nosso objetivo é capacitar mais de 40 milhões de pessoas até 2030, democratizando o acesso ao conhecimento”, contabiliza.
O trabalho do Google Cloud no quesito educação se dá, dentre outras razões, ao fato de que existe uma lacuna de talentos no mercado de tecnologia brasileiro. “Por isso, investimos em parcerias com instituições de educação, oferecendo a elas conteúdos e recursos específicos de educação em tecnologia, para que tenham grandes ferramentas para prepararem seus alunos para o mercado de trabalho de tecnologia”, observa.
Nos últimos 18 meses, segundo Bravo, mais de 25 mil pessoas no Brasil participaram dos nossos programas, desenvolvidos gratuitamente para estudantes universitários e de escolas técnicas por meio da nossa plataforma de treinamento chamada Cloud Skill Boost. O resultado é fruto de um trabalho contínuo do Google Cloud que já envolve mais de 250 universidades e escolas técnicas.
O Google também realiza na seara educacional o Job Fairs, feira de emprego virtual que tem o objetivo de conectar estudantes com oportunidades de emprego na área de computação em nuvem. Nela, os alunos têm a possibilidade de fazer networking com empresas parceiras da iniciativa, além de saberem mais sobre as vagas e processos seletivos que elas têm em aberto.
Outro destaque é Innovators Hive, evento voltado para a comunidade de desenvolvedores. A última edição ocorreu em São Paulo, no dia 8 de julho deste ano e contou com uma agenda que seguiu as tendências do mercado de tecnologia, oferecendo aos participantes do Hive acesso a um workshop sobre Inteligência Artificial Generativa.
Anteriormente, no final de 2022, o Innovators Hive aconteceu em Salvador e foi realizado em parceria com a Vale do Dendê, conectando a comunidade de desenvolvedores locais com lideranças e engenheiros do Google Cloud, assim como tendo contribuído para ampliar a discussão sobre a diversidade racial e de gênero na tecnologia e para reforçar o compromisso da gigante com o desenvolvimento econômico e tecnológico para além dos grandes centros urbanos do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.
“Todas essas iniciativas e resultados reforçam a nossa visão de que as oportunidades de negócios e de carreiras na tecnologia não terão valor algum se não tivermos pessoas capacitadas para ocupar esses lugares. É por isso que nós, do Google Cloud, procuramos diversificar ao máximo as nossas iniciativas de capacitação, juntando forças com parceiros e democratizando o acesso ao conhecimento”, pontua ele.
Em linha com esse objetivo, no ano passado, o Google Cloud anunciou sua nossa meta global de equipar mais de 40 milhões de pessoas com o Google Cloud Skills, fornecendo acesso a mais de 700 laboratórios práticos, cursos baseados em funções, selos de habilidades e recursos de certificação, incluindo 16 novas trilhas de aprendizagem, todos disponíveis sob demanda.
Meio ambiente: olhar fundamental
Falando sobre a frente de preservação do meio ambiente, o executivo destaca o projeto de preservação da Amazônia. “Organizar e tornar acessível os dados de todos esses anos indicando a preservação ou a degradação da Amazônia é um belo exemplo sobre como a nuvem é a tecnologia capaz de tornar possível esse monitoramento por parte dos pesquisadores”, reflete ele.
Como exemplo ele cita o MapBiomas, alimentado pelo Google Earth Engine. Desde 2015, a tecnologia ajudou a validar alertas de desmatamento, protegendo vastas extensões da Amazônia. Além disso, o Onçafari utiliza IA para monitorar a fauna, coletando dados vitais para a conservação.
Outro exemplo é o CRIA, Centro de Referência em Informação Ambiental, que em 2022 iniciou um processo para manter o seu banco de dados de pesquisa on-line migrando para a nuvem do Google e, assim, garantir o acesso a qualquer pesquisador em todo o mundo. Agora, em uma nova fase do projeto, o Google Cloud está estudando o uso de computação visual, baseada em modelos de IA, para pré-classificar imagens de espécimes em herbários, cujo processo será validado por uma rede de taxonomistas, do país e do exterior, participantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF).
Também com a ajuda do Google Cloud, com o propósito de monitorar a movimentação e o comportamento da fauna nas dez bases onde realiza atividades de conservação, três das quais localizadas na Amazônia Legal, a Associação Onçafari coleta e analisa mais de mil horas de vídeos todos os meses utilizando armadilhas fotográficas, ou seja, câmeras com sensores de movimento instaladas no campo que ajudam no entendimento da dinâmica populacional nas regiões monitoradas, identificação de espécies raras e/ou ameaçadas e detecção de potenciais conflitos entre humanos e a natureza selvagem, além de diversas outras aplicações práticas e acadêmicas.
Bravo detalha ainda o projeto Plus Codes, que cria endereços digitais para quem não tem um físico. “Parcerias com empresas como Americanas S.A. e TIM Brasil ajudaram a integrar Plus Codes em suas plataformas, permitindo entregas em áreas sem endereço oficial. Isso não é apenas conveniência, mas uma revolução para comunidades desfavorecidas”, reforça.
Os Plus Codes existem no Brasil desde 2017, sendo os primeiros projetos de dezembro de 2019. As parcerias com organizações não governamentais e parceiros de logística para levar o projeto às favelas, por sua vez, existem desde 2022, quando o Google fez o primeiro mapeamento e emplacamento de residências em Paraisópolis com apoio da G10 Favelas, Favela Brasil Express e a Americanas.
Futuro sustentável
O compromisso do Google com a descarbonização é claro. Bravo compartilha números impactantes. “Nossas operações em São Paulo operam com 89% de energia livre de carbono. A parceria com empresas como Movida e LATAM são exemplos de como a nuvem do Google está reduzindo drasticamente as emissões de carbono. Em 2030, queremos operar globalmente com energia limpa 24/7”, destaca.
Para apoiar essa meta, o Google adicionará cerca de 2,8 GW de capacidade de energia limpa à sua rede até 2026. Além disso, a empresa também igualou 100% do consumo anual de eletricidade de suas operações globais com compras de energia renovável pelo sexto ano consecutivo. Outro indicador revela que sete das 41 regiões onde o Google tem operações de data center atingiram CFE de pelo menos 90% e treze atingiram pontuação de pelo menos 85%.
De 2010 a 2022, o Google assinou mais de 80 contratos totalizando aproximadamente 10 gigawatts de capacidade de energia limpa – o equivalente a mais de 31 milhões de painéis solares. Com esses acordos, a empresa comprometeu aproximadamente US$ 10 bilhões para comprar energia limpa até 2040. Já de 2011 a 2022, os termostatos Nest ajudaram a economizar cumulativamente mais de 113 bilhões de kWh de energia, o equivalente a 1 milhão de veículos elétricos dando 15 voltas ao redor da Terra cada um. No mesmo período, o Google diminuiu a intensidade de emissão de carbono por unidade de receita em 76%.
Inovar de forma sustentável exige nova mentalidade
Com a crença de que para incentivar inovação e sustentabilidade em uma organização é preciso construir uma cultura de alta confiança, Bravo revela que o líder, além de ter a função de habilitar o trabalho colaborativo, precisa promover a segurança psicológica da equipe.
“Incentivamos a cultura de liderança emergente, quando qualquer um dentro da equipe pode emergir como líder durante uma fase de um projeto. Isto é chave para que possamos aproveitar o que cada um tenha de melhor a oferecer em cada um dos projetos diversos onde participa”, indica.
Liberdade de se posicionar e segurança psicológica são os fatores que dão coragem e confiança para que as pessoas tragam ideias disruptivas, sem medo de errar, pontua ele. “Ao mesmo tempo, esse processo criativo precisa de um fio condutor que são os dados. Os dados devem ser usados para embasar ideias e tomadas de decisão, estabelecendo uma cultura data driven cada vez mais forte na organização”, finaliza ele.
*Texto originalmente publicado na 29ª edição da Revista IT Forum, disponível aqui.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!