Google enfrenta obstáculos ao introduzir IA em buscas on-line

A introdução de uma função baseada em IA, destinada a aprimorar a experiência de busca dos usuários, resultou em erros e críticas severas ao Google, causando danos à reputação da empresa e levando-a a recuar em sua implementação, de acordo com publicação do The New York Times.
A nova função, anunciada pelo CEO Sundar Pichai como uma inovação promissora, pretendia oferecer aos usuários resumos completos e úteis de informações acima dos resultados de busca tradicionais. No entanto, os testes revelaram que a IA gerava respostas imprecisas e até mesmo perigosas, como recomendar o uso de cola em receitas de pizza, provocando reações negativas dos usuários nas redes sociais.
Até sexta-feira (31), o Google havia enfrentado problemas significativos com sua nova função de IA para buscas, com apenas uma em seis consultas produzindo os resultados esperados da Visão Geral de IA, de acordo com os testes realizados pelo The New York Times.
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Diante das críticas e da preocupação com a reputação, o Google decidiu recuar na implementação da função de IA, realizando ajustes técnicos e refinamentos para garantir respostas mais precisas e confiáveis.
Liz Reid, nova chefe de buscas do Google, explicou que a empresa implementou refinamentos adicionais nas Visões Gerais de IA, visando oferecer respostas mais precisas e úteis, especialmente em questões relacionadas à saúde, além de desativar conselhos enganosos e limitar a inclusão de sátiras e respostas de fóruns on-line. Ela também expressou o compromisso contínuo da empresa em aprimorar a exibição e proteção das Visões Gerais de IA, enquanto trabalha em atualizações para melhorar os resultados de busca em geral.
O Google adotou uma abordagem mais cautelosa em relação à integração de IA conversacional em seu mecanismo de busca, em comparação com a Microsoft, que fez isso no Bing no ano passado. O Google, embora tenha mais usuários que o Bing, começou a testar recursos de IA para seu mecanismo de busca um ano antes de introduzir as Visões Gerais de IA. A empresa anunciou que essa nova função estaria disponível imediatamente nos EUA e seria expandida para mais de um bilhão de usuários até o final do ano.
Desde o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 2022, o Google tem trabalhado arduamente para manter sua liderança em IA, lançando a família de tecnologia Gemini e integrando-a em serviços como YouTube, Gmail e Docs. Embora tenha sido mencionado que o mecanismo de busca do Google fará mais pesquisas para os usuários com as Visões Gerais de IA, essas capacidades ainda não foram totalmente disponibilizadas.
De acordo com Ashley Thompson, porta-voz do Google, a empresa realizou mais de uma dúzia de atualizações técnicas em seus sistemas. Ela afirmou que as Visões Gerais de IA estão auxiliando em diversas consultas na Pesquisa, atuando como um ponto de partida para o conteúdo on-line. Apesar dos ajustes contínuos para aprimorar essa função, o Google não tem planos de recuar sua implementação a longo prazo, segundo Thompson.
*Com informações do The New York Times
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