Governo peruano suspende toque de recolher ‘ilegal’ de Pedro Castillo

O gabinete presidencial do Peru, agora chefiado pela nova chefe de Estado, a advogada Dina Boluarte, suspendeu nesta quarta-feira, 7, o toque de recolher obrigatório que havia sido decretado ilegalmente pelo presidente deposto Pedro Castillo horas antes, quando anunciou a dissolução do Parlamento que terminou por destitui-lo. “Restaurada a ordem constitucional, o toque recolher obrigatório ilegalmente decretado não tem efeito, o Peru não pode parar”, escreveu o gabinete da presidência no Twitter. Desta forma, a medida que Castillo tinha anunciado pela manhã e que inicialmente deveria entrar em vigor a partir das 22h [meia-noite em Brasília] foi suspensa em todo o país. Castillo ordenou o toque de recolher obrigatório durante uma breve e surpreendente mensagem à nação, na qual anunciou a sua decisão de dissolver temporariamente o Parlamento e estabelecer um governo de “emergência excepcional”. O agora ex-presidente disse também que convocaria “o mais rapidamente possível eleições para um novo Congresso com poderes constituintes para elaborar uma nova Constituição em um período não superior a nove meses”. No entanto, as Forças Armadas e a Polícia Nacional não o apoiaram e o Parlamento ignorou a decisão.

O pronunciamento de Castillo originou uma cascata de demissões no governo e levou o Congresso a antecipar a votação sobre o pedido de impeachment presidencial, que foi aprovado pelos votos favoráveis de 101 membros do Parlamento peruano. Após a destituição de Castillo, a vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu o poder e se tornou a primeira mulher a assumir a posição. A nova presidente não pertence a nenhum partido político e disse que governará até 2026, quando o mandato de Castillo estava marcado para terminar. Castillo tomou posse em julho de 2021.

*Com informações da EFE