Grupo TIM abre leilão por ativos de rede na Itália

Leilão Crédito: Freepik

O Grupo TIM, dono da TIM Brasil, iniciou leilão para a venda dos ativos de rede que possui na Itália. O processo competitivo, como é chamado, foi aprovado nesta quarta-feira, 15, pelo Conselho de Administração da companhia.

O grupo recebeu duas propostas de aquisição não vinculantes nas últimas semanas, uma do fundo KKR, que é sócia da TIM em uma empresa local de fibra óptica. Outra proposta partiu do fundo MacQuarie em consórcio com o banco estatal italiano CDP.

O Conselho aprovou a abertura de prazo até 18 de abril para que os proponentes melhorem as ofertas. Nenhuma das duas agradou o board. A percepção é que os valores apresentados não refletem o preço real dos ativos nem são suficiente para manter a viabilidade do Grupo TIM depois da venda.

Assim como fez para o KKR, o Conselho aprovou a abertura de dados então sigilosos para o CDP melhorar sua oferta. Também pediu todo o racional do pretenso comprador para compreender porque sugere preço abaixo do estimado pela companhia.

Agora, o CEO do Grupo TIM, Pietro Labriola, fica encarregado de estruturar o leilão de ativos de rede do Grupo TIM a fim de receber propostas não-vinculantes mais condizentes com o valor desejado. A venda prevê a fatia da TIM Itália na Fibercop, a rede fixa, e a unidade de atacado transnacional Sparkle.

O valor das ofertas nunca foi revelado publicamente. A imprensa italiana alega que giram em torno de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 112 bilhões). O Grupo TIM tem endividamento bruto de 31,68 bilhões de euros (R$ 177,57 bilhões).

Contexto

A venda da NetCo, como é chamada provisoriamente a unidade de rede fixa, foi planejada por Labriola e aprovada pelo Conselho. A ideia é promover uma separação estrutural da companhia, que passa a ser responsável por unidade de clientes, B2B, móvel, e Brasil.

O movimento de separação estrutural não é uma novidade no mercado de telecomunicações. No Brasil, a TIM segregou a infraestrutura de fibra óptica de última milha, cujo controle foi vendido para o grupo IHS, formando assim a I-Systems. Labriola ajudou a formatar o negócio quando era CEO da TIM Brasil.

De modo semelhante, a Telefônica Vivo criou uma empresa de fibra com atuação no país, exceto em São Paulo, a Fibrasil. Depois, vendeu 50% ao fundo canadense CDPQ. E, por fim, o primeiro movimento no mercado brasileiro do tipo, foi da Oi. Movida pelo alto endividamento e recuperação judicial, a Oi criou a V.tal e vendeu o controle a fundos do banco BTG.

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