Guerra na Ucrânia ‘escancara’ incapacidade dos países que fazem parte da ONU, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia durante abertura na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York. Em seu discurso, o mandatário brasileiro disse que nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo e criticou os altos investimentos em armamentos: “No ano passado os gastos militares somaram mais de 2 trilhões de dólares. As despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU”, exaltou Luiz Inácio. Ele reforçou ainda que a guerra na Ucrânia “escancara” a incapacidade dos países-membros de fazer “prevalecer os propósitos e princípios” da Carta das Nações Unidas. “A ONU nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo. A comunidade internacional precisa escolher: De um lado, está a ampliação dos conflitos, o aprofundamento das desigualdades e a erosão do Estado de Direito. De outro, a renovação das instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz”, completou.
Ainda sobre os conflitos no Leste Europeu, o mandatário brasileiro afirmou que as sanções unilaterais causam “grande prejuízo” aos países afetados, mas sem alcançar os objetivos finais, além de dificultarem os processos de mediação, prevenção e resolução pacífica de conflitos. “O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria”, acrescentou. Como o site da Jovem Pan mostrou, outros temas citados por Luiz Inácio em seu discurso incluem racismo, combate à fome, igualdade salarial entre homens e mulheres, mudanças climáticas e a Amazônia. Ele também comentou sobre os conflitos armados que o mundo vive hoje, citando a crise humanitária no Haiti, conflitos no Iêmen, as ameaças na Líbia e na Guatemala e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão.