Gustavo Silva de França, da Gerdau, põe conectividade no core do negócio
A carreira de Gustavo Silva de França se entrelaça com sua trajetória na Gerdau e com a história recente da companhia. Nos últimos 25 anos, o atual diretor global de tecnologia e digital da empresa e vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano 2024, na categoria Siderurgia, Metalurgia e Mineração, participou de praticamente todos os projetos que compõem a jornada de transformação digital da Gerdau.
O gosto por tecnologia vem desde a infância. No Ensino Médio, França já dava aulas de microinformática, e seu interesse pela área cresceu ainda mais com a entrada no curso de Ciências da Computação. “A curiosidade e o interesse por testar coisas novas foram me empurrando para projetos maiores”, relembra. No quinto semestre da faculdade, passou em um processo seletivo e tornou-se estagiário na Gerdau, cuja cultura, segundo ele, combinava perfeitamente com sua curiosidade. Nos anos seguintes, França esteve envolvido em diversos projetos, participou do processo de internacionalização da empresa e morou nos Estados Unidos, onde trabalhou no escritório de inovação da Gerdau no Silicon Valley. Lá, a empresa se conectava com o maior hub de inovação do mundo. “De lá voltei para a posição que ocupo nos últimos cinco anos”, conta, destacando que sempre esteve ligado a projetos de tecnologia voltados para os negócios. Seu objetivo é colocar a Gerdau na vanguarda do uso da tecnologia como meio de consolidar o negócio, analisando constantemente soluções que atendam às necessidades da empresa.
Referência em Conectividade
Um dos projetos mais exemplares desse compromisso é o que rendeu a França o título de Executivo de TI do Ano. Localizada em Minas Gerais, a usina Ouro Branco é a maior da Gerdau no mundo, com uma planta de 10 milhões de metros quadrados e 5 mil hectares de área preservada. No entanto, apenas metade dessa área era coberta por telefonia móvel pública.
“Era necessário trazer um tipo de conectividade que pudesse abranger toda essa área de forma flexível, com segurança e escalabilidade, garantindo uma plataforma de comunicação de dados e suportando tecnologias de vanguarda e Indústria 4.0, com a possibilidade de conectar pessoas, ativos, máquinas, equipamentos e processos”, explica França. Nesse contexto, nasceu o projeto de implementação de uma rede móvel 4G/5G privativa.
Desenvolvido em 2022 e implementado ao longo de 2023 e 2024, o projeto foi dividido em três fases e se tornou um dos primeiros de rede privada realizado em parceria com a Claro/Embratel, tornando a Gerdau a primeira empresa a ter um ambiente produtivo com 5G privado.
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“Para isso, realizamos testes de outorga para o uso dessa rede em ambiente privado. Também tivemos que encontrar equipamentos que navegassem com 5G e atendessem nossos desafios de negócios”, comenta França, destacando o desafio de encontrar sensores de movimento com 5G embutido para garantir telemetria.
Os resultados foram impressionantes. Um exemplo é o carregamento de produtos, que antes só podia ser realizado nos pátios cobertos com Wi-Fi. Com o aumento da demanda, produtos eventualmente precisavam ser deslocados para áreas sem cobertura, o que fazia os caminhões aguardarem para a leitura posterior.
“Além de implementar o conceito de smart factory, entregamos conectividade para colaboradores em áreas onde eles não conseguiam usar o WhatsApp. Essa experiência melhorou a colaboração, performance e produtividade na comunicação dentro da planta”, afirma França, destacando a segurança como outro grande benefício do projeto.
*Texto originalmente publicado na Revista IT Forum, disponível aqui.
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