Halloween: 7 notícias de TI em 2024 que provam que a ‘bruxa está solta’
2024 trouxe para o setor de TI uma sequência de eventos digna de um Halloween: questões de segurança, disputas regulatórias e metas de sustentabilidade desafiadoras fizeram deste, um ano onde cada notícia parecia mais inquietante que a anterior.
Confira os sete eventos que mais deixaram o setor com os nervos à flor da pele:
Apagão cibernético
Uma onda de falhas nos sistemas da CrowdStrike e da Microsoft mergulhou setores inteiros em uma verdadeira “noite eterna”, afetando operações em hospitais, bancos e transportes. No Brasil, áreas como o varejo e as finanças sentiram o impacto, ativando planos de contingência para retomar operações.
O episódio revelou, com brutal clareza, a dependência das empresas na tecnologia – e a necessidade urgente de planos de contingência que incluam, quem sabe, uma vela ao lado dos roteadores para espantar futuras assombrações digitais.
No ar, uma questão incômoda: até que ponto estamos preparados para esse tipo de apagão? E, pior ainda, será apenas o início?
Banimento do X no Brasil
Em meio a investigações sobre desinformação e obstrução judicial, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a suspensão da plataforma X, de Elon Musk, após o descumprimento de ordens de remoção de contas. O X só voltou ao ar em outubro, após Musk nomear um novo representante no país.
O episódio evidenciou o conflito de big techs e legislação à medida que questões sobre a moderação de conteúdo, desinformação e o papel das plataformas de tecnologia no cumprimento das leis locais vieram à tona.
Sustentabilidade sob pressão
O setor de TI, sempre uma das vitrines das metas de sustentabilidade, enfrenta agora o peso do próprio consumo energético. Microsoft, Amazon e Google anunciaram que, com o aumento do uso de IA, será preciso reavaliar os prazos para a neutralidade de carbono. A corrida por fontes renováveis e a pressão por soluções sustentáveis revelam uma dúvida: o quanto o setor conseguirá avançar sem comprometer seus compromissos ambientais?
Inclusão em baixa
Após um breve “boom” de ações voltadas à diversidade e inclusão, as big techs entraram em um período de retração. Em julho, a Microsoft anunciou o encerramento de sua equipe de diversidade, sob a justificativa de que ela não era mais “crítica para os negócios”. Esse movimento já vinha se desenhando há alguns meses: Zoom, Google e Meta também reduziram suas equipes ou investimentos na área de DEI – sigla que abrange a promoção de diversidade, equidade e inclusão nos ambientes corporativos.
Essas iniciativas, que abriram portas para grupos sub-representados como mulheres, negros e a comunidade LGBTI+, começaram a perder espaço diante da pressão por resultados financeiros e cortes orçamentários. Na prática, esse encolhimento gera apreensão quanto à continuidade de compromissos assumidos publicamente por essas empresas de fomentar um ambiente de trabalho mais plural e inclusivo.
E enquanto o tema da diversidade torna-se apenas uma sombra do passado recente, especialistas e ONGs alertam que a retirada de políticas de inclusão pode impactar não apenas o clima organizacional, mas também o próprio mercado de tecnologia, que, cada vez mais, parece replicar estruturas pouco diversificadas.
Crescimento dos ciberataques
No segundo trimestre, a tecnologia foi a área mais afetada por ciberataques, segundo a Cisco Talos, com o ransomware e o comprometimento de e-mails corporativos representando 60% dos incidentes. A falta de autenticação multifatorial e o surgimento de novas variantes de malware destacam o risco crescente. Para muitos, o recado é claro: ou as empresas reforçam a segurança, ou o setor pode acabar vulnerável às consequências desses ataques.
Ações antitruste contra big techs
A União Europeia e os Estados Unidos intensificaram os processos regulatórios contra as Big Techs. Google e Amazon, alvos de processos anticompetitivos, refletem o esforço das autoridades em garantir práticas de mercado mais justas e menos concentradas. Mas as big techs respondem, e a batalha judicial se arrasta em uma disputa que redefine os limites entre inovação e controle.
OpenAI e o desafio de crescer
Com o crescimento acelerado, a OpenAI enfrenta agora um dilema: atrair investimentos enquanto mantém controle sobre seu impacto. A pressão aumentou com as saídas de lideranças e a criação de concorrentes que propõem alternativas mais “éticas”. Ao lançar seu novo modelo, a OpenAI tenta manter o domínio da IA, mas a questão se impõe: é possível equilibrar inovação e responsabilidade? A resposta continua em aberto, enquanto as expectativas sobre o setor de IA só aumentam.
Essas histórias mostram que, para o setor de TI, 2024 trouxe uma coleção de inquietações que refletem os desafios e as vulnerabilidades que a indústria enfrenta. Em um mundo de incertezas e mudanças rápidas, talvez o Halloween deste ano tenha sido um sinal de que os “fantasmas” da tecnologia estão cada vez mais próximos da realidade.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!