IA é a maior oportunidade de transformação do Brasil, afirma presidente da Google Brasil

Dizer que a inteligência artificial (IA) está transformando as empresas já se tornou quase um clichê. Talvez por isso, durante sua palestra no Vtex Day, o presidente da Google Brasil, Fabio Coelho, tenha decidido ir um pouco além e abordar outro tipo de mudança que a tecnologia tem provocado: a social. Para além do futuro do trabalho, segundo o executivo, a IA tem modificado o acesso à informação no país e a maneira como os pequenos negócios se desenvolvem.
Fazendo uma retrospectiva, Coelho apresentou ao público cinco grandes revoluções pelas quais o Brasil passou e que fazem com que a IA possa representar um ponto de inflexão para o país. O início do que vivenciamos atualmente teria ocorrido com o acesso aos serviços, por meio da universalização da telefonia celular.
Na sequência, veio a revolução midiática, com a fragmentação do mainstream e, na visão do presidente, a ampliação do conceito de diversidade. “A diversidade tem a ver com conviver com o contraditório e com o diferente, e isso só foi possível no momento em que plataformas como as redes sociais permitiram que pessoas se conectassem.”
Essa conexão foi sucedida por mais dois momentos cruciais que deram sustentação à IA: o avanço do empreendedorismo, a partir de 2013, e a chegada do PIX. Para Fabio, as transformações, além de democratizarem as transações financeiras online para os brasileiros, também trouxeram a percepção de que as melhores pessoas para resolver problemas são aquelas que os enfrentam, fortalecendo o espírito criativo do brasileiro e o tornando um inovador.
É diante desse contexto que o presidente da Google apresenta a ascensão da inteligência artificial. Embora, para quem atua no setor, a tecnologia não seja novidade, sua popularização ocorreu há cerca de dois anos, em um momento propício para uma população ávida por escalabilidade.
“Pela primeira vez, as pequenas empresas (PMEs) e os consumidores saíram na frente na corrida tecnológica. Em um país com uma veia tão empreendedora, a IA ofereceu preço acessível e capacidade de expansão aos pequenos, enquanto os grandes ainda estão tentando compreender como a inteligência artificial funcionará dentro de suas estruturas”, afirmou.
De acordo com a Google, atualmente 74% das micro empresas brasileiras usam a inteligência artificial no seu negócio. Reduzindo a visão para o varejo no país, Coelho acrescentou ainda a ampla adoção de tecnologia no setor e a resiliência diante de cenários econômicos desafiadores. O olhar é alinhado com o declarado por Geraldo Thomaz, coCEO da Vtex durante a abertura do evento.
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Por ver a IA, em especial a agêntica, como uma especialista de bolso, o grande uso da ferramenta apoiaria as empresas brasileiras em conhecimento e escalabilidade. No entanto, o executivo da Google traz um alerta: é preciso que o país não apenas consuma, mas produza tecnologia. “Este é um chamado para não evitarmos o novo, porque as conexões vão acontecer. Podemos desenvolver ou elas podem vir de fora e ficarmos relegados a importadores de tecnologia, mais uma vez.”
Neste quesito, Coelho reforçou o compromisso da Google em auxiliar na ampliação do mercado de tecnologia brasileiro, com a contratação de 400 novos engenheiros no país e as conversas que tem tido com o governo federal em prol do projeto de lei para regulação da IA no país.
Apesar de, segundo o executivo, a primeira aplicação da IA hoje em dia seja para perguntas de relacionamentos sociais e até terapêuticos, a empresa vê outros três grandes usos que serão essenciais no país e que precisam ser levados em consideração na criação de ferramentas, sendo elas, o acesso e produção da informação, o uso da criatividade e o futuro do trabalho.
Antes de qualquer avanço, Coelho reforça que a criação destes modelos precisa ser feita de forma responsável e, se tem impacto social, precisa ser pensada pela sociedade. “Como nós vamos conduzir o processo de introdução dessa tecnologia e o processo de capacitação das pessoas é uma função social importantíssima, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro”, finaliza.
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