Iaris: startup paraibana quer crescer com IAs proprietárias de visão computacional
A startup paraibana Iaris está otimista com as oportunidades que enxerga no mercado de Inteligência Artificial (IA). Fundada por Fábio Falcão, Igor Lucena e Erick Vagner, e sediada em João Pessoa, a empresa surgiu a partir do ecossistema acadêmico local e se dedica ao desenvolvimento de aplicações de visão computacional distribuídas no modelo de Software como Serviço (SaaS).
Seu carro-chefe é o EasyProctor, uma solução de monitoramento de provas online que combina IA com sinais biométricos, de áudio e vídeo, para evitar fraudes no processo de avaliação. No ano passado, a empresa lançou o EasyInspection, que também utiliza imagens, vídeos e modelos de IA proprietários para agilizar o processo de inspeção veicular.
“Nosso foco está em identificar processos realizados inteiramente por humanos e introduzir tecnologia para automatizá-los parcial ou totalmente, acelerando esses processos e reduzindo o investimento necessário para inspeções”, explicou Fabio Falcão, CEO e cofundador da Iaris, em entrevista ao IT Forum.
Os negócios da empresa estão em expansão. Há dois anos, o faturamento da organização foi de R$ 800 mil, e no ano passado, saltou para mais de R$ 5 milhões. A empresa não divulga suas expectativas para 2024, mas trouxe parcerias com plataformas como AWS, Azure e Google que no ano passado que prometem expandir seu SaaS. A Iaris também faz parte do Inception, programa de aceleração para startups da gigante de IA Nvidia.
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Para continuar crescendo, a Iaris aposta no potencial do uso de ferramentas de IA de domínio específico por empresas e pretende utilizar sua expertise para entrar em novos mercados. “Após todo esse hype, acredito que o que realmente vai perdurar são os modelos focados na resolução de problemas em domínios específicos. Temos atuado intensamente nesse processo de transformação”, explicou Falcão.
O CEO relata, por exemplo, que a empresa abandonou projetos baseados em modelos de IA generativa disponíveis no mercado para desenvolver modelos próprios – especialmente os chamados “VLMs” (Modelos de Linguagem Visual). Para isso, a Iaris colaborou com o Laboratório de Aplicações em Inteligência Artificial (ARIA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A meta é expandir as capacidades de suas soluções de inspeção veicular e de monitoramento de provas.
Abrir espaço para novas áreas de atuação também é um dos objetivos. Segundo Falcão, uma das áreas que já demonstrou interesse nos VLMs proprietários é a de empresas com aplicações de inspeção industrial. “Recebemos demandas, por exemplo, para inspeção de plataformas de petróleo”, contou. “Existem várias empresas com processos de inspeção extremamente manuais, e começamos a desenvolver novos VLMs para trabalhar junto com essas empresas em soluções inovadoras para inspeção automática”, concluiu.
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