IBM lança nova geração de mainframe projetada para inteligência artificial

Computador de grande porte da IBM, modelo IBM Z, com design moderno e painéis frontais geométricos em preto, branco e azul. O equipamento está posicionado num fundo preto minimalista, destacando o seu aspeto tecnológico e sofisticado. Na lateral, é possível ver a marca “IBM” em letras grandes e prateadas.

A partir de 18 de junho deste ano, a IBM dá um novo salto em inovação com a chegada da sua nova geração de mainframes, o z17, totalmente projetado para inteligência artificial (IA). Anunciado nesta semana, ele traz recursos avançados de IA integrados ao hardware, software e sistemas operacionais. Por conta da complexidade dessa integração, o desenvolvimento do z17 exigiu mais tempo que o habitual.

“O z17 teve uma mudança na sua arquitetura AIOps. Foi preciso mudar a maneira como fabricamos a máquina, para que ela fosse útil pelos próximos 10 anos. Mas, ao fazer isso, já estamos no caminho certo para as próximas duas gerações e poderemos inovar muito mais rápido”, comentou Joanie Gines, VP Global de Watsonx Code Assistant e líder de vendas de mainframe da IBM, em entrevista ao IT Forum.

Um outro obstáculo para a equipe foi o tempo. “Hoje a tecnologia evolui muito rapidamente, a cada três meses há uma novidade no mercado. Então a pergunta era: como criar isso de maneira rápida, eficiente e que o cliente pudesse aproveitar por muito tempo?”, conta Renata Santos, VP da Plataforma Mainframe da IBM América Latina.

De acordo com a executiva, o mercado brasileiro é um dos mais ávidos para novas soluções. Atualmente, 90% da base da IBM na América Latina já possui a z16, antiga versão de mainframe da companhia e, segundo um estudo feito pelo IBM Institute for Business Value (IBV), em colaboração com a Oxford Economics, 79% dos executivos concordam que o mainframe é essencial para permitir a inovação orientada por IA e a criação de valor.

Mais potência ao ouvir o cliente

Para desenvolver a nova geração do z, a IBM ouviu mais de cem clientes ao redor do mundo. De acordo com Gines, essa talvez tenha sido a parte mais desafiadora de todo o empreendimento. “Quando começamos o projeto apresentamos de forma gráfica tudo o que estávamos pensando para facilitar principalmente essa parte de capacitação de skills. E os feedbacks traziam pontos de vista diferentes, então foi um trabalho de juntar todas essas informações e criar algo que pudesse atender à todos.”

Turbinado com um acelerador de IA de segunda geração no chip integrado ao processador Telum II, o novo sistema promete uma capacidade de processamento 50% mais rápida do que a z16 e expandirá os recursos da inteligência artificial transacional. Agora, as empresas poderão avaliar em 100% suas transações em tempo real com mais de 450 bilhões de operações de inferência em um dia. Para fazer isso, foram cinco anos de pesquisa e desenvolvimento da solução.

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Além disso, o z17 é incorporado com placas de aceleração específicas para IA, as IBM Spyre Accelerator. O dispositivo foi criado para permitir um suporte maior, não só aos modelos de linguagem tradicionais, como aos large language models (LLMs).

Segurança em primeiro lugar

Líder de mercado com mais de 70% do processamento de dados mundial passando pela sua plataforma, uma das maiores preocupações da companhia na criação do dispositivo era manter a segurança sem comprometer a inovação. “Temos clientes, não só do mercado financeiro, mas também governos e varejistas, por exemplo, processando dados muito sensíveis conosco”, conta Catherine Furasté, diretora da Plataforma Mainframe da IBM Brasil.

A solução foi criar uma forma de manter tudo dentro do mainframe, inclusive alterações em aplicações, por meio do Spyre Card. O dispositivo permitirá que os desenvolvedores peguem os códigos-fonte das companhias e os alterem na própria plataforma, inserindo LLMs para modernizar os aplicativos.

“Entendemos que os nossos clientes tinham medo de modernizar as aplicações ao tirar elas do mainframe. Por isso que temos empresas com aplicações com 60 anos ali, que é conhecida como morte técnica. Então, precisamos criar soluções capazes de modernizar esses aplicativos., afirma Joanie.

A empresa também pretende fornecer novos recursos para descobrir e classificar dados confidenciais na plataforma. A solução embutida é orientada por IA e foi projetada para detectar e identificar anomalias que podem ser o resultado de um ataque cibernético, além de possuir toda a comunicação interna encriptada.

Um novo sistema operacional

Para fazer a integração de hardware, software e sistemas necessárias à um mainframe, a IBM apresentou junto à sua solução um novo sistema operacional. A tecnologia do z/OS 3.2 foi projetada com recursos de inteligência artificial e fornece insights operacionais ao sistemas de gerenciamento das empresas.

A solução também foi pensada para auxiliar as organizações a atraírem novos talentos, permitindo uso de diferentes linguagens de programação e com o uso de assistentes de IA e agentes de IA para as equipes de TI.

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