iFood expande atuação em restaurantes físicos com aquisição de software de totens

Pessoa interage com um terminal de autoatendimento da iFood em um ambiente interno, possivelmente uma praça de alimentação. A tela exibe a mensagem "Buscando dados do cliente..." e há uma maquininha de cartão acoplada ao terminal. Ao fundo, é possível ver imagens de pizzas e elementos de um estande promocional Videosoft

O iFood dá, nesta segunda-feira (02), mais um passo para expandir sua atuação dentro de restaurantes físicos. Após quase um ano de parceria com a Videosoft, companhia catarinense que opera totens de autoatendimento, a foodtech anunciou a aquisição de seu software voltado para restaurantes. Com a compra, a expectativa do iFood é ampliar ainda mais seu leque de ofertas de digitalização para estabelecimentos que operam salões.

A aquisição contempla apenas a tecnologia de software da Videosoft voltada para restaurantes, a VS Food. A unidade de hardware, responsável pelos totens físicos, e os softwares de autoatendimento para outros segmentos permanecem sob controle da Videosoft. O valor da transação não foi divulgado.

A aproximação entre iFood e Videosoft começou em julho do ano passado. Em setembro, o iFood anunciou que faria a integração de sua aplicação com os totens da Videosoft em pontos de venda físicos de alguns restaurantes. Desde então, a iniciativa foi testada em mais de 500 locais.

Para Leandro Viana, diretor do iFood para soluções de salão de restaurantes, os testes demonstraram o potencial da solução para aumentar as vendas de pontos físicos – seja melhorando a experiência dos clientes ao reduzir filas ou elevando o tíquete médio por meio de ofertas complementares ao pedido. Com a compra, o iFood vislumbra a possibilidade de expandir as capacidades do software com novos recursos.

“Por mais que seja um software que já atende bem ao mercado, existe uma oportunidade grande de aportarmos mais valor tecnológico, pensando em áreas como inteligência artificial, para transformá-lo em uma solução com uma experiência final excelente no mundo físico e, consequentemente, ajudar o restaurante a digitalizar o negócio”, pontuou Viana em conversa com o IT Forum.

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Para o iFood, a aquisição do software da Videosoft também reforça sua estratégia de se consolidar como um ecossistema conectado para restaurantes físicos. Os totens de autoatendimento poderão, por exemplo, ser integrados diretamente a sistemas de pedidos e pontos de venda, ampliando a capacidade analítica dos estabelecimentos para gerenciar suas operações e entender o comportamento dos consumidores no momento da compra.

A visão da empresa foca em uma das principais dores de negócios com operação física: a gestão. Lançado no ano passado, o estudo Bares e Restaurantes no Brasil: diagnóstico e iniciativas, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com o apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), mostrou que o tema de “gestão e estratégias” é um dos três principais desafios do setor no país. Nessa dimensão, estão incluídas as estratégias para transformação digital. “Para pequenos restaurantes, ter sistemas desintegrados pode ser muito custoso”, indicou Thiago Silva, diretor de inovação do iFood.

O movimento acompanha uma expansão gradual do iFood no ambiente de estabelecimentos físicos. No ano passado, a empresa lançou a “Maquinona”, máquina de cartões integrada ao delivery do iFood, que reúne dados do salão e do aplicativo para proporcionar mais inteligência à gestão do negócio. Em abril, a foodtech também anunciou investimentos na OPDV, 3S Checkout e Saipos, especializadas em gestão e ponto de venda (PDV) para restaurantes.

A ambição do iFood é se tornar um hub de soluções para restaurantes, aportando tecnologia para digitalizar estabelecimentos físicos e ajudá-los em uma jornada de dados integrados para ganhar eficiência.

Segundo Leandro Viana, da base de restaurantes do iFood – que se aproxima de 400 mil estabelecimentos –, a maior parte ainda tem um volume maior de vendas no salão do que no delivery. “Existe um mercado grande dentro da nossa própria base que ainda é pouco digitalizado. Temos a capacidade de ajudá-los a operar muito melhor”, disse.

O mesmo se aplica à adoção de sistemas digitais. “Mesmo entre esses restaurantes [na base do iFood], uma grande parte ainda não utiliza nenhum sistema. Estimamos que hoje quase 70% desse mercado não usa qualquer tipo de solução digital”, completou Silva. “O único sistema que eles usam é o do iFood para poder receber os pedidos de delivery.”

Além da expansão das funcionalidades do software recém-adquirido, o avanço das ofertas da “Maquinona” também deve permanecer como um dos focos da operação do iFood para o segmento de restaurantes físicos. Isso porque, além de funcionar como meio de pagamento, o dispositivo embarca soluções de dados para gerar insights personalizados, ajudando os estabelecimentos a aumentar as vendas no salão e a desenvolver campanhas de marketing, como programas de fidelidade e cashback.

“Além de proporcionar uma gestão extremamente bem organizada e digitalizada, a Maquinona não é apenas um meio de pagamento, mas também um CRM – algo muito prático para o restaurante conseguir trazer clientes de volta ao salão”, finalizou.

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