Integrando ecossistemas de tecnologia por meio do deep tech

Um homem de barba curta, cabelo escuro e camisa branca está sentado, enquanto uma mulher de cabelo liso e loiro, vestindo um blazer preto e jeans, está de pé ao seu lado. Eles estão em um ambiente moderno, com arcos e espelhos no teto, dando um toque sofisticado ao local. Ao fundo, há uma exposição de fotografias e cadeiras vermelhas organizadas em arquibancadas (ecossistema)

Na natureza, para qualquer ambiente funcionar, são necessários diversos agentes e uma troca constante de recursos. O ecossistema de tecnologia criado pela Stellula.co também opera dessa forma. Fundada há um ano por Priscila Toledo e Diego Aristides, a holding carrega em suas raízes o desejo da dupla de enxergar a tecnologia sob uma nova perspectiva.

Focado em deep tech, o grupo atualmente reúne duas empresas: a Stellula Tecnologia, especializada em serviços de design digital, e o The Collab, um hub de inovação responsável pela realização de eventos, formação de profissionais e pela conexão entre diversos atores do universo tecnológico – como pequenas empresas e startups.

Tudo começou com a vontade de Priscila de reintegrar o cliente ao ecossistema. Após a maternidade, a executiva percebeu que havia algo ausente em seus atendimentos na empresa onde atuava como CPO: a escuta ativa. Essa percepção foi suficiente para impulsioná-la a iniciar uma nova jornada.

Inicialmente, Priscila deu vida à Stellula Tecnologia, que ela define como uma Deep Design Tech, centrada na entrega de serviços de qualidade e com propósito. A proposta ia além de estruturar soluções tecnológicas: o objetivo era desenvolver apenas aquilo que realmente fizesse sentido para os negócios.

Parceiros na vida e nos empreendimentos, não demorou para que Diego se juntasse à iniciativa da esposa, trazendo consigo o The Collab. O hub foi concebido para complementar o conceito da Stellula, permitindo que os clientes – especialmente grandes corporações – tivessem acesso a uma inovação ágil, conectando diferentes agentes do setor, fosse uma startup, uma pequena empresa ou uma prova de conceito diferenciada.

“Nós unimos as visões. Eu trouxe toda a minha expertise em negócios para que realmente construíssemos algo sustentável. E o Diego traz todo esse background dele em deep tech, para que a gente possa direcionar essas equipes”, conta a fundadora.

No entanto, para que a iniciativa prosperasse, era fundamental alinhar bem os valores e construir uma jornada do cliente diferenciada. Aristides relata que o início foi desafiador, pois, em diversas situações, precisaram recusar clientes. “Há pessoas que nos procuram com demandas por tecnologias que percebemos que não vão gerar valor real para a empresa. E, se eu não gerar valor, o cliente vai considerar o serviço caro no final das contas.”

A solução foi começar pelo não. Com um percurso personalizado, os fundadores explicam inicialmente o que a holding não oferece e propõem um processo de discovery em deep tech. É nesse momento que o ecossistema da Stellula.co entra em ação, conectando diferentes agentes do mercado de tecnologia para cocriar a solução ideal.

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Apesar de jovem, a fórmula tem dado resultado. Com menos de um ano de existência, a holding já atuou com grandes clientes, como a Caixa Econômica Federal, com a qual desenvolveu um projeto de indesk. “Inicialmente, entramos com a Stellula, atuando diretamente com a equipe de tecnologia da Caixa, criando uma solução que possibilitasse uma visão de longo prazo do planejamento estratégico. E agora avançamos para testes de inovação com outras áreas, pelo The Collab”, conta Toledo.

Para 2025, a expectativa é quadruplicar o faturamento, alcançando R$ 20 milhões. Para Aristides, o desempenho é fruto da fidelidade ao propósito de garantir que todos os envolvidos se beneficiem com os serviços entregues. “Eu digo que, quando a gente tem propósito, as coisas acontecem de propósito.”

A holding já mantém parcerias com big techs como IBM, AWS, Microsoft e Google e, ainda este mês, pretende lançar sua primeira chamada de inovação no mercado, voltada para startups. Este ano, o planejamento também contempla a estruturação de clusters voltados à saúde e à biotecnologia – um segmento estratégico para Diego, que atuou como CTO do Hospital Sírio-Libanês por mais de quatro anos. Segundo o executivo, é urgente voltar a atenção para esse setor dentro do mercado.

“Na nossa visão, a biotecnologia vai ter um papel fundamental no desenvolvimento da robótica, de novos medicamentos e da própria inteligência artificial – inclusive quando pensamos em cidades inteligentes. O deep tech, sem a biotecnologia, fica raso, não se conecta com o design. São tecnologias que potencializam as capacidades humanas.”

Com o objetivo de se aproximar do poder público e participar mais ativamente desse tipo de debate, os fundadores decidiram estabelecer a base da empresa em Brasília. No entanto, em 2025, pretendem expandir para outras regiões do país. “Estamos buscando parceiros em diferentes locais, mas o trabalho é gradual, porque queremos entrar respeitando as culturas e o ecossistema local”, afirma Priscila.

Assim como o nome que inspira a holding, a Stellula.co quer polinizar ideias e fortalecer ecossistemas por todo o Brasil.

“Stellula é um beija-flor de transição. E, quando pensamos em inovação, é disso que estamos falando: de ter aerodinâmica, ser ágil, conseguir transformar o ambiente. É nisso que acreditamos”, finaliza Priscila.

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