João Vítor, gerente de TI da Direcional Engenharia, aposta na IA para transformar a segurança nas obras

João Vitor, gerente de TI da Direcional Engenharia. Imagem: divulgação

A Direcional Engenharia tem como propósito o seu maior desafio: entregar dezenas de unidades
habitacionais com eficiência operacional e escala de trabalho. E a tecnologia tem sido grande aliada – e motivo de muita alegria para João Vítor, gerente de TI da empresa, que começou nossa conversa comemorando o momento positivo e de reconhecimento em torno do seu trabalho.

Sua gestão consagrou-se com o prêmio Executivo de TI do Ano 2024, concedido pelo IT Forum, na categoria Indústria de Engenharia e Construção, com um projeto que integra conectividade, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA) para aumentar a segurança dos colaboradores nas obras.

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“Hoje, estamos com mais de cem canteiros de obras rodando de forma simultânea. É um volume muito grande e uma base enorme de colaboradores trabalhando na produção. Falamos que segurança é o que está no dia a dia e algo importante de ser feito. Então, começamos a montar pequenos protótipos com essa finalidade”, resume o executivo.

A ideia inicial era usar câmeras com streaming para identificar itens de segurança, como capacete e cinto. Quando um trabalhador não está devidamente paramentado, o sistema alerta o mais rápido possível os responsáveis. Com o protótipo, a câmera fica apontada para o elevador e, quando os colaboradores entram, há uma primeira checagem. Caso ele não esteja usando os acessórios de segurança, um alerta é emitido ao encarregado.

Para chegar nesse estágio, no entanto, primeiro foi necessário conectar todos os canteiros – que estão em diversas localidades no Brasil. “A característica do nosso negócio é ser nômade. Então, o maior desafio é mudar e a tecnologia ir junto. Demos esse passo com a popularização do acesso a soluções de IA, treinamos o modelo e conseguimos validar a hipótese. Dos cem canteiros, dois já rodam com a tecnologia. Agora, precisamos otimizá-lo para ganhar mais escala”, revela Vítor.

A Direcional também teve de abordar preocupações relacionadas à privacidade e segurança de dados para garantir conformidade com as regulamentações vigentes.

Apesar das dificuldades, o executivo destaca com orgulho os resultados alcançados pela empresa, que vão além da eficiência operacional e promovem uma mudança cultural em prol de obras mais seguras.

Segundo o executivo, garantir o uso correto dos EPIs não apenas promove a segurança dos colaboradores, mas também ajuda a cumprir as regulamentações de segurança no local de trabalho, evitando multas e sanções. Para Vítor, a implementação de tecnologias avançadas para promover a segurança no local de trabalho demonstra um compromisso tangível com o bem-estar dos colaboradores, promovendo uma cultura de segurança na organização.

“A produtividade aumenta a partir do momento em que tivermos a consciência do colaborador. Mas a consciência da segurança é o ponto mais importante. A tecnologia tem a função de socializar e levar para o dia a dia do canteiro uma rotina para que as pessoas comecem a mudar seus hábitos”, comenta ele.

O próximo passo, diz Vítor, é trabalhar na eficiência do algoritmo para diminuir os custos e escalar a tecnologia. Essa missão já está em curso e, uma boa notícia, é que o mesmo algoritmo poderá ser usado para outras atividades – que também já estão sendo trabalhadas por Vítor e sua equipe.

“Tivemos outras ideias, como monitorar o fluxo de materiais, entrada e saída na portaria e até no almoxarifado. O projeto é um habilitador enorme da conectividade. Agora, a tecnologia está testada e validada e resolve problemas de negócios. O desafio é escalar”, conclui o executivo.

*Texto originalmente publicado na Revista IT Forum, disponível aqui.

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