Johan Neeskens foi um dos carrascos da seleção brasileira na Copa de 1974, ao lado do lendário Johan Cruyff
O mundo ainda reverenciava o Brasil, tricampeão na Copa de 1970, quando a Holanda, treinada por Rinus Michels, surpreendeu o mundo com um futebol exuberante, quatro anos depois, no Mundial disputado na Alemanha. Pelo esquema tático, esquadrinhado pelo treinador, os jogadores não guardavam posição fixa, o que confundia a marcação adversária. Foi com essa força que os holandeses venceram, na mesma competição, o Uruguai, a Argentina e o Brasil, as três grandes forças da América do Sul.
Johan Cruyff era o atleta mais badalado daquela seleção holandesa, sem dúvida, mas Johan Neeskens também foi fundamental para o vice-campeonato em 1974. Nesta segunda-feira (7), o mundo recebeu a notícia do falecimento de dele, aos 73 anos. O anúncio foi feito pela Federação Holandesa: “É com grande tristeza que a KNVB tomou conhecimento da morte inesperada de Johan Neeskens. Johan foi um dos nossos maiores. Sentiremos muita falta dele”.
O meio campista marcou época no Ajax, da Holanda, e no Barcelona, da Espanha. Neeskens foi o vice-artilheiro da Copa de 1974, com cinco gols, ficando atrás do polonês Lato, com sete. Neeskens marcou o primeiro gol da “Laranja Mecânica” na vitória contra o Brasil, por 2 a 0, resultado que garantiu o time na finalíssima. Entretanto, na decisão, a Holanda perdeu por 2 a 1, em Munique, em mais um daqueles caprichos dos deuses da bola. O primeiro gol da partida foi justamente dele, de pênalti, mas os donos da casa viraram o marcador e conquistaram o bicampeonato, repetindo 1954. Breitner, também convertendo uma penalidade, e Gerd Müller balançaram as redes.
Com a camisa laranja, Neeskens marcou 17 gols em 49 partidas. Disputou também o Mundial de 1978, quando a Holanda ficou mais uma vez com o vice-campeonato, ao perder da Argentina, 3 a 1, na partida final, disputada no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Em homenagem ao craque, eu te convido a ouvir a íntegra da decisão da Copa de 1974. A narração é do inesquecível Osmar Santos pelas ondas da Jovem Pan. São três arquivos diferentes: pré-jogo, primeiro tempo e etapa final. Espero que gostem e façam mais uma viagem no tempo.
