Kassab defende autonomia do BC e diz que Lula terá dificuldades em aprovar pautas da esquerda

Na estreia da nova temporada do ‘Direto ao Ponto‘, sob o comando de Adalberto Piotto, o secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foi o entrevistado da noite desta segunda-feira, 13. O político conversou sobre a política brasileira, os trâmites do governo da maior cidade da América Latina e sua carreira, junto à bancada formada com o jornalista Cláudio Dantas, o jurista Fernando Capez, o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, e com o jornalista da casa, Thiago Pavinato. Nas eleições, Kassab apoiou Luis Inácio Lula da Silva à presidência e foi questionado se, por ser de esquerda e se coligado com partidos de centro, o presidente conseguiria governar. Ele respondeu que, com certeza, haverá dificuldades. “Acho que ele vai ter dificuldades [de pautas mais a esquerda]. Por exemplo, a autonomia do Banco Central eu sou a favor, então ele terá dificuldades [de aprovar ao contrário]. Qualquer senador e deputado [do PSD] pode votar de acordo com a sua convicção, mas teremos dificuldade de acompanhar o presidente se ele retirar essa autonomia”, disparou. Ainda sobre Lula, Kassab respondeu quem é o maior adversário do presidente no momento. “[Bolsonaro] É o maior adversário do Lula, teve quase 50% dos votos, tem uma base no Congresso, quase 200 deputados federais, um número grande de senadores (…) O Brasil hoje tem uma oposição de direita, liderada pelo Jair Bolsonaro e que tem uma dimensão grande”, completou.

Também apoiador do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Gilberto Kassab elogiou sua gestão de três meses. “São Paulo está entendendo a importância da eleição dele. Primeiro porque é sangue novo, era muito tempo do PSDB, estava na hora de trocar. Ele tem trabalhado muito e montou uma boa equipe. Não tenho dúvidas de que será um grande governador”. Perguntado se acredita que Tarcísio pode ser eleito Presidente da República, o político se abriu. “O Tarcísio está iniciando seu projeto eleitoral e iniciou muito bem. Eu entendo que essa vinculação do Tarcísio em nível nacional em 2026 é inadequada, eu vejo o Tarcísio como liderança paulista e que precisa fazer bom governo e que seja candidato a reeleição. Ao final desses 8 anos continuará jovem, então não tem nenhum sentido [colocado como presidente na próxima eleição]”, disse. Kassab não perdeu a oportunidade de falar sobre o trabalho em conjunto de Tarcísio e Lula no litoral norte de São Paulo após a chuva que deixou dezenas de mortos.

“Isso é muito positivo, é um exemplo que os dois estão dando para o país. É fundamental que os eleitos se entendam. Eu espero que seja assim ao longo de todo o mandato. É civilizado e correto”, revelou. Por fim, o líder do PSD ainda falou sobre orçamento secreto, tema recorrente na política em 2022. “Qual é o parlamentar que recusa, em ano de eleição, um valor de recurso tão grande? Tanto é que 90% deles aceitaram. Eu acho que quem é oposição não deve buscar verbas do governo, tem que fiscalizar e buscar alternativas. Eu não critico os parlamentares por usar essa verba, ano de eleição seus adversários estavam usando … mas a minha opinião é que sou contra as RP9’s [programação orçamentária]”, finalizou. O programa vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30 (horário de Brasília) na rádio FM 100.9 e AM 620, TV JP News, no aplicativo Panflix e no Youtube.

Assista na íntegra a entrevista: