Khan Academy traz assistente de IA generativa para alunos e professores do ensino público do Brasil
A Khan Academy, organização sem fins lucrativos com o objetivo de fornecer educação gratuita e ferramentas de aprendizado para alunos de todo o mundo, anunciou nesta terça-feira (04) o lançamento do projeto Khanmigo no Brasil.
O projeto consiste em um tutor digital de inteligência artificial (IA) generativa, construído através da tecnologia GPT-4 Turbo, que pode orientar alunos em tarefas escolares, ajudando na compreensão de materiais em tom amigável e encorajador. A ferramenta também está disponível para professores e pode oferecer suporte aos docentes em tarefas administrativas do dia a dia.
O Khanmigo foi originalmente lançado em março de 2023 para alunos do ensino público dos Estados Unidos. Mais de 67 mil licenças do Khanmigo foram disponibilizadas para 53 distritos escolares do país desde seu lançamento. Desde então, a organização tem aprendido com o uso da ferramenta pelos estudantes norte-americanos para prepará-la para uma expansão internacional.
Testes piloto de pequena escala já foram realizados no Brasil – e também no Peru – no ano passado O objetivo dos testes foi avançar na localização do assistente para o português brasileiro, garantindo a necessária “persistência linguística” do modelo para que os estudantes nacionais possam usá-la no idioma local..
“Uma das coisas que a gente descobriu é que o consumo de tokens em português e espanhol é maior do que em inglês. Quase duplicamos o número de tokens para garantir que a interação não ficasse limitada no Brasil”, contou Sidnei Shibata, gerente geral da Khan Academy para a América Latina, ao IT Forum.
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A IA generativa que compõe o Khanmigo é especialmente treinada para não oferecer respostas diretas às perguntas dos alunos, mas sim para atuar como um tutor. Na prática, isso significa que a ferramenta segue o chamado método socrático, oferecendo idas e vindas ao aluno para que ele possa chegar sozinho a resposta para suas dúvidas.
O assistente também trabalha com diversas diretrizes de segurança, ética e responsabilidade na interação entre aluno e a IA. “Nós colocamos no modelo muitos controles de moderação para identificar tópicos de alto risco e temas que devem chamar a atenção de um adulto ou responsável”, explicou Shibata. “Qualquer tema relacionada à violência é reportado pela ferramenta ao professor”.
Além dos alunos, professores também poderão ter acesso ao Khamigo. A ideia é que a ferramenta de IA ajude os docentes em tarefas administrativas do dia a dia, como a preparação e sumarização de aulas, liberando tempo de foco em outras atividades de ensino. Professores também terão acesso a um treinamento para o uso otimizado da ferramenta dentro e fora das salas de aula.
No Brasil, o Khanmigo estará disponível para escolas que já aderiram ao programa da Khan Academy. De acordo com Shibata, a organização está em processo de seleção das primeiras escolas que poderão adotar o sistema, e a expectativa é que o primeiro piloto comece ainda neste semestre. Até o final do ano, a Khan Academy espera ter 10 mil licenças do Khanmigo operando no Brasil.
Para trazer o Khanmigo de forma gratuita para o Brasil, a Khan Academy contou com o apoio técnico e financeiro de m[ultiplos parceiros, incluindo a Intel. “Para Intel, esse tipo de projeto tem o objetivo de desenvolver a prontidão digital da sociedade como um todo, além de tornar a nova economia digital mais inclusiva”, explicou Gisselle Ruiz Lanza, gerente geral da Intel para a América Latina, ao IT Forum.
A implementação brasileira do Khanmigo também terá como foco inicial a disciplina de matemática, com foco nas áreas chamadas de STEM – ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Para a líder da Intel na região, o enfoque nestas disciplinas é fundamental no contexto de um mundo cada vez mais digitalizado.
“Isso também vai permitir também desmistificar os medos da tecnologia ao introduzi-la de uma maneira interessante como um companheiro que auxilia no processo de estudos e também aos professores”, disse.
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