Lula volta a chamar ação em Gaza de ‘genocídio’ e critica assentamentos de Israel na Cisjordânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente, neste domingo (1º), as ações militares de Israel na Faixa de Gaza e a recente decisão do governo israelense de autorizar a construção de 22 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada. Durante discurso no congresso nacional do PSB, em Brasília, o presidente classificou a ofensiva como “genocídio” e acusou o governo de Tel Aviv de desrespeitar resoluções internacionais.

“A guerra que estamos vendo não é entre dois exércitos. É um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças indefesas”, dissem públ Lula, que também leu eico uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores. O texto condena “nos mais fortes termos” a decisão israelense, classificada como “flagrante ilegalidade” à luz do direito internacional. Além disso, reitera o apoio do Brasil à solução de dois Estados, com fronteiras baseadas em 1967 e Jerusalém Oriental como capital palestina.

A primeira-dama Janja da Silva e parte do público acompanharam o discurso com gritos de “Palestina livre”. Lula também mencionou o agravamento da situação humanitária em Gaza, citando o recente bombardeio que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar. “Foi um ato vergonhoso e covarde. Isso não é mais defesa, é crueldade e desumanidade”, afirmou.

Ao comentar o conflito de forma mais ampla, Lula apontou que “nem o povo judeu quer essa guerra” e acusou o governo israelense de agir por vingança contra a possibilidade de criação de um Estado palestino.  A fala gerou reação da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que classificou a declaração como “irresponsável” e acusou o presidente de deturpar os fatos. Em nota, a entidade afirmou que Israel atua em legítima defesa contra o grupo terrorista Hamas, que “se esconde atrás de civis palestinos”.

Além da questão no Oriente Médio, Lula mencionou a guerra na Ucrânia e disse ter ligado para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugerindo a participação de Moscou em negociações de paz na Turquia. “O mundo está precisando de paz e harmonia”, afirmou.

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As críticas de Lula a Israel têm gerado tensão diplomática desde fevereiro de 2024, quando o presidente comparou os ataques em Gaza à perseguição de judeus pelo regime nazista. Desde então, os dois países estão sem embaixadores nomeados e o relacionamento bilateral permanece estremecido.

 

*Reportagem produzida com auxílio de IA