Maduro diz ser alvo de ‘plano de agressões’ e decide não comparecer à cúpula da Argentina

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não vai comparecer à 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), que está sendo realizada na Argentina. “Nas últimas horas, fomos informados de forma irrefutável de um plano elaborado dentro da direita neofascista cujo objetivo é realizar uma série de agressões contra nossa delegação chefiada pelo presidente”, disse o governo venezuelano em comunicado nesta segunda-feira, 23. De acordo com a nota, Maduro tomou “a decisão responsável” de enviar o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, “como chefe da delegação com instruções para levar a voz do povo venezuelano” ao evento. “Diante deste cenário de planos extravagantes concebidos por extremistas de direita” e “a fim de contribuir para o bom desenvolvimento e a conclusão bem sucedida” do evento, Maduro decidiu não comparecer. “Como Estado fundador (da Celac), a Venezuela deseja garantir o sucesso deste principal mecanismo de união e integração regional em favor de nossos povos”, acrescenta o texto. A possível ida do venezuelano à Argentina tinha se tornado um elemento de controvérsias devido às denúncias por violações aos direitos humanos na Venezuela. A presidente do Partido Proposta Republicana, Patricia Bullrich, disse pretender denunciá-lo para a Administração para o Controle de Drogas dos Estados Unidos (DEA), para que ele fosse preso participação no chamado “Cartel de los Soles”. Além disso, o Fórum Argentino para a Democracia na Região (Fader) denunciou o chefe de Estado para a ustiça da Argentina, junto com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, por supostos crimes de lesa humanidade. A comunidade venezuelana em Buenos Aires faria protesto na porta do hotel onde acontecerá nesta terça-feira a Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe). Nesta segunda, o encontro de Maduro com o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva (PT), que aconteceria às 16h foi cancelado. Segundo funcionário do Itamaraty à Jovem Pan, houve um desencontro de agendas e uma alteração no plano de voo do chefe de Estado da Venezuela impossibilitou o encontro dos dois.