Maduro pede que trabalhadores protestem contra sanções econômicas dos Estados Unidos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira, 17, para que os trabalhadores de todo o país saiam às ruas para protestar contra as sanções impostas pelos Estados Unidos, as quais descreveu como “tortura” e “criminosas”. “A classe operária tem de se manter firme na defesa da independência da pátria, e é a classe operária que tem de sair às ruas para dizer ao imperialismo, com uma só voz, que basta de sanções, basta de bloqueios contra a Venezuela, basta de torturas e perseguições contra a vida econômica da Venezuela”, afirmou em ato televisionado. O presidente incentivou a classe operária a tomar essa iniciativa em todos os estados do país, seguindo o exemplo dos trabalhadores de Guayana, no estado de Bolívar, “que há uma semana saíram às ruas aos milhares para dizer basta de sabotagem, basta de guarimba (protesto violento), basta de sanções criminais”.

Na semana passada, Maduro pediu ao presidente americano Joe Biden o encerramento das sanções, mas receceu a resposta negativa na última segunda, 16, até que a Venezuela retorne à democracia plena. “Enquanto Maduro e seus seguidores continuarem reprimindo o povo venezuelano e desviando recursos para práticas corruptas, continuaremos pressionando o regime com sanções”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado americano. O governo Biden condicionou o alívio das sanções aos acordos que Maduro fizer com a oposição nas negociações que estão ocorrendo na Cidade do México. “Nossa política de sanções à Venezuela permanece intacta. Continuaremos a impor sanções à Venezuela para apoiar o regresso à democracia”, ressaltou o porta-voz.

Também na semana passada, Maduro disse que nos últimos oito anos “o imperialismo e seus débeis e extremistas lacaios roubaram da Venezuela a quantia de US$ 411 milhões por dia”, o que qualificou como “roubo criminoso”. Apesar da negativa, há duas semanas os Estados Unidos deixaram de reconhecer a presidência interina do opositor Juan Guaidó na Venezuela, descredibilizando o nome dele. Ainda assim, o país também não reconheceu o governo de Nicolás Maduro como legítimo e continua apontando o regime como uma ditadura.