Mané Garrincha foi um jogador fenomenal e mostrava simplicidade em entrevista à Jovem Pan

Quem acompanha a Jovem Pan há algumas décadas certamente vai se lembrar do saudoso Israel Gimpel que, por muitos anos, foi o repórter da emissora no Rio de Janeiro. Ao longo da carreira, ele participou de coberturas marcantes: Carnaval, futebol, eleições e os fatos que fizeram parte da vida dos cariocas. Participou de inúmeras coberturas internacionais, principalmente em transmissões esportivas. Israel morreu em 2011, aos 78 anos. 

Revirando os arquivos da Jovem Pan, encontrei uma entrevista dele com Garrincha, em 1978. Mané, bicampeão pela seleção brasileira em 1958 e 1962, foi um dos maiores nomes da história do futebol. O “gênio das pernas tortas” era uma figura folclórica e, sem dúvida, é o maior driblador que o mundo já viu. O livro de Ruy Castro “Estrela Solitária” virou referência para quem deseja conhecer mais dessa figura lendária. 

Da gravação com Garrincha, feita no Rio de Janeiro, Israel Gimpel está ao lado de Wanderley Nogueira. Bem informados, os repórteres conseguem boas declarações de Mané. Em 1958, na Suécia, o jogador se recusou a fazer um treinamento em que cadeiras seriam usadas para simular o posicionamento de marcadores: “Eu pego um amigo meu, fica na minha frente (…) sendo um marcador e eu faço com gente. Por que eu vou fazer com cadeira?”. 

Em outro momento da conversa, Garrincha admite que ficou surpreso quando acabou a primeira Copa conquistada pelo Brasil por causa da curta duração do torneio: “Eu fiquei bobo, porque foi tão rápido e tão curto. Não tem segundo turno, não?”. Mané era um homem simples, mas não tão ingênuo como muita gente pensava. Garrincha marcou época no Botafogo e teve uma breve passagem pelo Corinthians. Ele lutou contra os problemas físicos e o alcoolismo. 

Ouça abaixo a entrevista concedida a Israel Gimpel e Wanderley Nogueira e também um perfil que fiz sobre Mané para o podcast da Jovem Pan “90 anos de Copa” (2020).

Entrevista com Garrincha: Jovem Pan (1978)

Garrincha x Pelé – 90 anos de Copa