Marcello Borges, CIO do Grupo Queiroz Galvão, lidera projeto de previsão climática com IA
Marcello Borges acumula uma trajetória de uma década no Grupo Queiroz Galvão, sendo oito anos como CIO e dois anos à frente da gestão de TI na Construtora Queiroz Galvão Brasil. Ao longo desse período, tem se dedicado à inovação e modernização de processos, impulsionando não apenas o sucesso da empresa, mas também sua própria realização profissional.
Nascido em Pernambuco, Borges vive atualmente no Rio de Janeiro, o que nos permitiu uma conexão imediata ao discutirmos os planos de reformas em rodovias que vão à capital carioca, onde também resido. No entanto, o projeto que lhe rendeu o prêmio de Executivo de TI do Ano na categoria Holdings e Grupos Empresariais está localizado em uma rodovia no estado de São Paulo.
Antes de revelar detalhes do projeto, o executivo fez questão de compartilhar que esse é um dos que mais gostou de trabalhar – não só pela parte tecnológica, mas por fazer a diferença diretamente na vida e na segurança de quem passa pela estrada e de quem trabalha nela.
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Por se tratar de uma área de risco, a rodovia precisa ser fechada em períodos de chuva intensa para garantir a segurança tanto dos motoristas quanto dos colaboradores. Até então, todo o processo de avaliação das condições climáticas, dos riscos e do fechamento da rodovia era feito manualmente, com o auxílio de sites públicos.
No ano passado, o Grupo decidiu realizar um projeto utilizando inteligência artificial (IA) para prever, com até seis horas de antecedência, o volume de chuva em milímetros em cada ponto da rodovia. Para que isso fosse possível, foram capturados dados de estações meteorológicas locais, cruzados com dados de fontes públicas.
“Antes, era um processo manual. Uma pessoa buscava indicadores de chuva e, com base nessas informações, olhava a previsão do tempo e tomava a decisão com base na sua capacidade analítica. Eventualmente, esse quadro trazia prejuízos financeiros e poderia gerar prejuízos para quem passava por ali”, explica Borges.
Agora, o Grupo consegue se antecipar e mobilizar equipes para áreas propensas a alagamentos ou curvas perigosas, onde a chuva poderia agravar a situação. “Este projeto vai além do negócio; ele preserva vidas e nos traz a satisfação de saber que estamos contribuindo diretamente para a segurança das pessoas. Embora tenha sido desenvolvido com o foco no negócio, para evitar os impactos de uma rodovia fechada desnecessariamente, o impacto social e a preservação de vidas são o que realmente importa”, celebra o executivo.
Além disso, Borges diz que o projeto evita a insatisfação do usuário, informando-o antecipadamente sobre as condições da rodovia, o que gera um ganho na imagem da rodovia.
De acordo com Borges, o projeto reflete o verdadeiro valor do Environmental, Social, and Governance (ESG), destacando especialmente os benefícios sociais, o impacto positivo para os colaboradores e os ganhos econômicos obtidos. Para alcançar esses resultados, o Grupo Queiroz Galvão utilizou o Design Thinking como uma ferramenta essencial para explorar novas ideias e aprimorar processos, com um foco específico em Smart Cities.
Ele reconhece, no entanto, que ainda há desafios a serem superados, como alcançar o nível de assertividade necessário para determinados projetos.
“O mais desafiador para nós foi encontrar bases temporais ou informações que realmente refletissem a realidade da nossa localidade. Ainda há espaço para aprimorar o algoritmo, e essa é exatamente a nossa intenção. Estamos utilizando Machine Learning e, à medida que nossa base histórica cresce, esse projeto pode se expandir para novas frentes”, revela ele.
*Texto originalmente publicado na Revista IT Forum, disponível aqui.
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